Há no PS quem diga não compreender

|Hélio Bernardo Lopes|
Pois é verdade, caro leitor, há no PS militantes de topo que dizem não perceber o que ontem, de um modo simples e linear, Luís Marques Mendes explicou aos que o escutavam: Maria de Belém, ao avançar apenas agora, prejudicou António Costa e prejudicou o PS. Bom, raros não terão percebido uma tal evidência, sendo Alegre e Vera Jardim dois deles. De parceria com mais uns quantos. Poucos, em todo o caso.

Mas o comentador laranja foi bem mais claro, porque Maria de Belém podia ter anunciado a sua candidatura em Maio, Junho ou até Julho, mas agora, em Agosto, o único resultado acaba por ser ofuscar António Costa. E completou: tê-lo feito enquanto Costa dava uma entrevista em direto na SIC-Notícias, parece quase uma facada nas costas do líder do PS. Também terão sido raros os que assim não pensam.

Já agora, é bom que o PCP e Jerónimo de Sousa não se esqueçam de meditar nas palavras de Luís Marques Mendes, segundo as quais o PCP reforçou a sua importância e aumentou o seu poder político nas presidenciais, porque da decisão final que o PCP vier a tomar vai depender quem, à esquerda, passará à segunda volta: se o seu candidato desistir, Sampaio da Nóvoa passará à segunda volta; se o candidato do PCP não desistir, Sampaio da Nóvoa pode não passar à segunda volta. Como não é possível que Jerónimo de Sousa e os comunistas não percebam esta evidência, é bom que se recordem, acima de tudo, dos portugueses, olhando para os que apoiam Maria e Belém ou deram um salto de alegria a sua candidatura...

Por fim, o antigo presidente do PSD voltou a ter razão, ao reconhecer que a coligação não tem razão na questão dos debates, porque estão em causa candidaturas e não partidos. A evidência! De resto, uma evidência bem explicitada na sondagem online do Diário de Notícias de 22 de agosto, por mim lida pelas dez e vinte e cinco da noite, onde era colocada aos leitores esta pergunta: Faz falta um debate televisivo que junte todos os partidos com representação parlamentar? Pois o item mais votado era, com 903 votos – 55 % da amostra –, o de que sim, mas a quatro, sem CDS nem Verdes, por concorrerem coligados com PSD e PCP. Com a inclusão destes dois partidos a percentagem ficava-se nos 23 %. Mas, enfim, tudo ilustra bem a falta de ética política que hoje está presente na nossa vida política.

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