|Hélio Bernardo Lopes| |
Em primeiro lugar, os rumores, com força de certeza, de práticas ilícitas com dinheiro ao nível dos dirigentes da FIFA tem já décadas. Talvez duas ou mais. Não sendo difícil fazer prova de tal realidade – recorde-se o caso de João Avelanje – há que procurar discorrer sobre se poderá existir por detrás destas atuais detenções algo mais do que parece.
Em segundo lugar, é essencial ter presente que os dois próximos mundiais de futebol estão destinados à Rússia e ao Qatar. Dois, Estados hoje em confronto com os Estados Unidos, embora por razões distintas, e materializadas em atitudes diferentes. Recordemo-las.
O Qatar, como se sabe de há muito, vem sendo um apoiante líquido do Estado Islâmico, situação de há muito conhecida e denunciada. Em contrapartida, a Rússia tem vindo a ser envolvida por via das mil e uma atitudes dos Estados Unidos e da sua OTAN. Findo o comunismo, os Estados Unidos assenhorearam-se do mundo, ao mesmo tempo que desenvolveram, de modo imparável, a globalização, o neoliberalismo, a pobreza e a guerra.
Acontece, porém, que Vladimir Putin não foi na fita, determinando-se a defender a Rússia e os seus concidadãos da cobiça do capitalismo norte-americano. Passou, pois, a ser o novo Kilas do tempo que passa. Em consonância com esta realidade, também a China acaba de protestar contra as constantes violações da sua soberania marítima por parte dos Estados Unidos.
Ora, é bom recordar o que veio a ser relatado ao Congresso dos Estados Unidos a propósito do caso Maddof e quejandos: o tema era conhecido há vinte anos, sem que as autoridades competentes, já avisadas, se tivessem determinado a enfrentá-lo. Permanentes mistérios e mentiras, como os da vitória fraudulenta de Kennedy sobre Nyxon, ou de Bush sobre Gore, ou sobre o que realmente esteve na base da detenção de Noriega ou do homicídio de Kadafy.
E, em terceiro lugar, esta evidência: sendo tão antigo o conhecimento desta realidade ao nível da FIFA, ela só agora se materializou de molde a tentar atingir o Governo do Qatar, apoiante do Estado Islâmico, e o da Rússia, por se ter determinado a seguir uma política patriótica. Esta é que é, em minha opinião, a verdade do que se está a passar com os tais dirigentes da FIFA. Uma coisa é desde sempre ter existido corrupção – sempre apontada –, outra o atuarem agora as autoridades norte-americanas como se está a ver. Nem tudo o que parece é...