O pior de tudo é que a deslocação está fortemente condicionada pela raridade dos transportes públicos entre estas aldeias e a capital do distrito, onde agora está centralizada a comarca.
O único autocarro que serve esta zona do sul do distrito chega a Bragança depois das 10h00 e parte às 15h30, hora a que hoje ainda deve estar a ser ouvido o arguido, que é o primeiro a responder ao tribunal, o que deixa facilmente perceber o facto de a rede pública de transportes não ser compatível com os horários dos tribunais.
Este é o primeiro caso relativo a julgamentos que mobiliza um grande número de pessoas para fora dos concelhos onde os factos ocorreram, e acontece depois da reorganização do mapa judiciário levado a cabo pelo actual Governo.
"São encargos para as pessoas que se deslocam. Propicia é que as pessoas se recusem a ser testemunhas e prejudica a verdade, antes da reorganização deviam ver se as pessoas têm condições" considerou uma outra testemunha citada pela mesma agência noticiosa.