Caminhar para o abismo

|Hélio Bernardo Lopes|
Já sem um ínfimo de dúvida, o mundo caminha para o abismo e de novo com o espaço europeu aí colocado numa posição cimeira. Tal como nas duas vezes anteriores, é de novo a Alemanha que vai dando os passos essenciais ao desbravar deste terreno completamente minado e que virá a deitar por terra os construídos sonhos que se vêm mostrando uma desilusão extremamente perigosa.

Um dos últimos passos no caminho para o novo abismo europeu foi o dado há dias por Jean-Claude Juncker, desta vez com a ideia de um exército europeu. E porquê? Bom – pasme-se! –, para que a Europa se consiga afirmar perante a Rússia! Tal, no dizer de Junker, contribuiria para desenhar uma política externa e de segurança comuns perante países como a Rússia!! Diz Junker que, deste modo, se mostraria à Rússia que a União Europeia defende, de facto, os valores europeus!!! Só é pena que os povos europeus não possam pronunciar-se sobre o rumo da Europa...

Mas Junker disse mais: não se trata de uma concorrência com a OTAN. Bom, caro leitor, é caso para se ficar perplexo, sem perceber, afinal, o que faria, ou deixaria de fazer, a Rússia, que, se vistas bem as coisas, nem foi quem criou a presente situação na Ucrânia, antes a Alemanha e os Estados Unidos. Já toda a gente hoje percebeu esta realidade. De resto, a mesma realidade que levou a França e o Reino Unido a tolerarem o nazismo de Hitler, na esperança de que os alemães invadissem a antiga União Soviética. Só que Estaline foi muitíssimo mais esperto e ponderado. Bom, ganhou.

Depois do fracasso interno da União Europeia, com um fantástico contingente de desemprego, pobreza e miséria, com a quase destruição do Estado Social, com a lamentável ajuda ao nascimento da Al Qaeda e agora do Estado Islâmico, sempre na peugada das cócoras perante os Estados Unidos, Junker e os que vierem a seguir propõem-se preparar os povos europeus para uma guerra de há muito anunciada, fruto de Vladimir Putin se ter determinado a, patrioticamente, defender a sua Rússia e as respetivas riquezas.

Mas esta ideia de Jean-Claude Junker não é simplesmente sua. Ela é o natural corolário de mais uma tácita exigência dos Estados Unidos, de há muito apostados em levar a guerra à Rússia, de molde a enfraquecer o poder continental asiático. Certamente por esta razão, um dos políticos chineses cimeiros veio, num destes dias, salientar que, não pretendendo mudar o Direito Internacional Público, a China defende o imperativo de se operarem mudanças na estrutura daquela área do Direito.

Hoje, se olharmos bem uma réplica do nosso planeta, onde estejam desenhados os Estados do mundo atual, facilmente se percebe que os Estados Unidos, o Reino Unido e a França têm vindo a levar a guerra a toda a zona islâmica ou árabe que envolve, qual crescente, a Europa. Os seus povos, naturalmente, estão na miséria e a anos-luz da tal inaplicável democracia.

Olhando o continente africano, o panorama é idêntico, com a generalidade dos Estados em guerra, objetivamente atrasados, sempre dependentes da superioridade técnica e científica de americanos, russos, chineses e europeus, e sem horizontes capazes para futuro. E é para este panorama que se caminha no subcontinente americano. E tudo sempre sob a bandeira da dita democracia, mas em que os povos, de facto, não dispõem de um ínfimo de poder de decisão.

Aí está, pois, a guerra na Europa. Na Europa e no mundo. Por isso o Papa Francisco nos tem vindo a referir, precisamente, que a III Guerra Mundial está já a desenvolver-se. E por tudo isto eu mesmo referi, no verão de 1982, em plena Nazaré, esta minha previsão: as coisas parece que mudaram mas não mudaram.

Termino, pois, com esta minha sugestão ao leitor: leia o livro, AS NOVAS TECNOLOGIAS E OS QUATRO CAVALEIROS DO APOCALIPSE, de Fernando Carvalho Rodrigues, editado pelas Publicações Europa/América, e nunca deixe para trás O DESPERTAR DOS MÁGICOS, de Louis Pauels e Jacques Bergier.

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