|Hélio Bernardo Lopes| |
Interessante é o novo discurso da classe política hoje no poder: não sabia de nada. Não sabia que ia ter lugar o desastre do início das aulas, também desconhecia o desastre em que transformaram o histórico e excecional Serviço Nacional de Saúde e nem se terá dado conta do desastre do CITIUS ou da desumanidade que causou aos aposentados. E assim se diz ter sido agora o caso: entre a inexistência e a sua possível omnipresença, os nossos governantes simplesmente não sabiam de nada. Quase com toda a certeza, ninguém virá a ser responsabilizado. É o que a experiência nos permite concluir com probabilidade elevada.
Tendo sempre salvaguardado a minha crença em que Carlos Alexandre e Rosário Teixeira, de parceria com os restantes membros das suas equipas, forneciam garantias seguras de estarem a atuar com boa fé e competência, eu tenho o direito de exigir que também neste caso as autoridades judiciárias nos digam, a menos de um mínimo de erro, o que realmente esteve em jogo neste caso da já tristemente célebre lista, bem como os responsáveis por toda esta realidade.
Por fim, recordo Walter Rosa, que de imediato deixou o seu lugar no Governo por via de um caso que apenas dizia respeito a um filho. Recordo, ainda, António Vitorino, que logo deixou de ser Ministro da Defesa Nacional por via de um pagamento não realizado relativo a certo imposto. E recordo Jorge Coelho, que de pronto deixou as funções que desempenhava, na sequência do acidente de Entre-os-Rios. Cá fico, pois, à espera de ver no que irá dar o reconhecimento da responsabilidade política deste caso mais recente.