Chamem-me Joaquim...

|Hélio Bernardo Lopes|
A balbúrdia que varre Portugal e o mundo é tal e tão intensa, que só hoje encontrei um momentinho para escrever este meu texto simples, sobre que até já falei, embora numa outra perspetiva, mas que entendo ter ainda alguma utilidade. Sobretudo, no tempo que está a passar hoje por nós e que já nos permite perceber o que por aí poderá estar para chegar e nos atingir a quase todos.

Há muitos anos – talvez mais de vinte –, aí pelas duas e pouco da madrugada, conversando com um reputado matemático português, em sua casa, eu coloquei-lhe esta minha ideia: com o conhecimento científico e técnico do tempo, já se poderia conseguir, usando lasers, projetar figuras no espaço, de molde a poderem ser vistas por quem estivesse na Terra.

Em face da sua corroboração, salientei que se poderia, com tais meios, criar novos leões de Rio Maior, mas também o surgimento de figuras de aparência divina. O meu amigo académico sorriu, e salientou que sim, que seria possível, mas que a Igreja Católica nunca deitaria mão de uma tal metodologia. Bom, fiquei na minha, ou seja e com mui elevada probabilidade, também na do leitor.

Podia até ter-me recordado de um filme da série James Bond, onde em certa república sul-americana também surgia uma espécie de divindade, mas que acabou por ser desmascarada por ... Bond. James Bond.

Pois, há uma ou duas semanas atrás, tal como sempre imaginei, e numa situação reiteradamente admitida em muitos documentários sobre o tema, a CIA, através de um relatório agora divulgado, veio assumir a responsabilidade em mais de metade das atividades estranhas nos céus nas décadas de cinquenta e sessenta, muitas vezes confundidas com avistamentos de objetos voadores não identificados. E, de facto, para a generalidade dos que viam tais imagens, tratava-se de objetos não identificados, movimentando-se, aparentemente, no espaço.

O que é interessante para mim é constatar como a generalidade das pessoas se mostra incapaz de utilizar minimamente a metodologia científica, ou mesmo a simples ponderação da realidade objetiva do que vê: porquê extraterrestres? No caso religioso, bom, ainda se pode aceitar o mecanismo natural da fé, em geral presente em qualquer ser humano.

Mas ao nível do observável, como explicar o que se vê com base em algo físico de que se não tem uma qualquer prova?! Enfim, cá fico à espera da materialização da minha hipótese naquela já longínqua conversa com o académico meu amigo. E por isso escrevi no título deste texto: chamem-me Joaquim...

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