António Branco, presidente da Câmara Municipal de
Mirandela eleito pelo PSD. (Foto: pesquisa google)
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Ambos confirmaram à Lusa que o mesmo organismo enviou um fax já durante a noite para os respetivos municípios com a lista que a Comunicação Social divulgou no final do dia.
"A revolta é enorme", declarou à Lusa Fernando Barros que sabe agora que a escola de Freixiel, em Vila Flor, faz parte da lista de encerramentos.
"O que é incrível", na opinião de António Branco, autarca de Mirandela, onde está previsto encerrar a escola do Cachão, é as autarquias terem saído de uma reunião com o delegado regional que "não transmitiu informação rigorosamente nenhuma", no mesmo dia e poucas horas antes de ser tornada pública a referida lista.
A lista de encerramentos foi divulgada com a sustentação de que tem "por base propostas feitas pelos serviços regionais e pelos municípios", argumento que é contestado pelos dois autarcas transmontanos.
"As decisões são tomadas por eles e são-nos comunicadas", contrapôs Fernando Barros, considerando que "não é forma de tratar os municípios e as pessoas", a posição "unilateral e com uma prepotência enorme" como o Ministério conduziu o processo.
Também o autarca de Mirandela, António Branco, assegurou à Lusa que "a opção é deles" e que "não há nenhum papel em que a Câmara [de Mirandela] diga que concorda com o encerramento".
Ambos os municípios garantem que todas as deliberações locais são exatamente contrárias aos encerramentos.
Para onde vão agora as sete crianças da escola do Cachão e as nove de Freixiel, "é um problema que o Ministério da Educação vai ter de resolver". Os autarcas de Mirandela e de Vila Flor garantiram que não vão assumir os custos desta decisão.
O autarca de Vila Flor defendeu ainda que o que o Ministério da Educação devia fazer era "sentar-se com as autarquias e estabelecer uma rede escolar para dez anos".
O distrito de Viseu é aquele onde se vão encerrar mais escolas do 1.º ciclo do ensino básico já no próximo ano letivo, concretamente 57, seguindo-se Aveiro e Porto, com 49 e 41, de acordo com a lista de encerramentos divulgada pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC).
"O novo ano letivo terá início em infraestruturas com recursos que oferecem melhores condições para o sucesso escolar. [Os alunos] estarão integrados em turmas compostas por colegas da mesma idade, terão acesso a recursos mais variados, como bibliotecas e recintos apropriados a atividades físicas e participação em ofertas de escola mais diversificadas", referiu a tutela em comunicado.
Segundo a nota, a Secretaria de Estado do Ensino e Administração Escolar concluiu na sexta-feira mais uma fase da reorganização da rede escolar, "processo iniciado há cerca de 10 anos e continuado por este Governo desde o ano letivo de 2011/2012, com bom senso e um olhar particular relativamente às características de contexto".
Fonte: Lusa