CDU acusa Câmara de Bragança de fomentar precariedade laboral

O candidato da CDU à Câmara de Bragança, José Castro, acusou hoje o atual executivo social democrata de fomentar a precariedade laboral e de ser responsável com esta política pelo declínio económico e populacional do concelho.



A candidatura da coligação entre PCP e "Os Verdes" responsabiliza a autarquia por entregar serviços municipais a empresas que "têm salários em atraso e sem estabilidade para os trabalhadores" e de não fazer valer os seus direitos junto de empregadores privados que beneficiaram de apoio à instalação em Bragança.

Um dos exemplos apontados por José Castro é a fábrica de componentes para automóveis do grupo multinacional Faurecia, que se instalou em Bragança recebendo o terreno pelo valor simbólico de um euro e que dá trabalho a cerca de 400 pessoas, mas muitas das quais são "trabalhadores a prazo".

"A Câmara Municipal, que ajudou a instalação da empresa e que beneficiou todo o investimento do grupo económico, vendendo isto por valor simbólico devia agora fazer valer esses seus direitos que adquiriu ao beneficiar o patrão, estando atenta ao que se passa com as condições laborais", afirmou o candidato numa ação de entrega de propaganda eleitoral aos trabalhadores do turno da tarde.

Para o candidato da CDU, a empresa está apenas a aproveitar-se "das políticas que o Governo central lhe abriu", mas a autarquia "devia ter uma ação para contrariar e obrigar estas empresas a não serem fontes de precariedade, mas sobretudo fonte de fixação de populações".

Mas, sobretudo o município, liderado há 16 anos pelos social-democratas Jorge Nunes, que não se recandidata, devia ter, na opinião do candidato da CDU, uma atitude diferente relativamente ao trabalho que depende da própria Câmara municipal.

"Há hoje muito trabalho municipal, desde a recolha dos resíduos sólidos até à distribuição da água, a segurança, a limpeza de todas as instalações municipais, que sendo trabalho municipal devia ser feito por quadros, por trabalhadores do município", declarou à Lusa.

O que se verifica, ainda segundo José Castro "é a autarquia a funcionar em sentido contrário, ou seja a autarquia é como os empresários: aproveitam-se da desregulação laboral que existe e eles próprios também fomentam muito a precarização".

"Entrega os serviços a empresas que têm salários em atraso e sem estabilidade laboral para os trabalhadores", acrescentou.

Com trabalho a prazo "ninguém se arrisca a comprar um casa, a casar, a ter um filho sabendo que daqui a seis meses é que vai saber o que é que lhe vai acontecer a seguir", considerou.
HFI // PGF
Lusa/fim

Fonte: Agência Lusa

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