PSD de Miranda do Douro exige clarificação da capacidade de endividamento da Câmara

Os representantes do PSD na Assembleia Municipal de Miranda do Douro solicitaram hoje uma reunião extraordinária daquele órgão para "obterem o cabal esclarecimento" sobre a capacidade de endividamento do município.


Em comunicado, os eleitos pelo PSD para a Câmara e para a Assembleia Municipal alegam que se consideram "enganados pelo atual executivo socialista", que os "empurrou" para aquilo que consideram ser um incumprimento da lei, no diz respeito à capacidade dos limites de endividamento da autarquia.

O TC advertiu os elementos do executivo e da Assembleia Municipal de Miranda do Douro por eventuais "ilegalidades" decorrentes da contração de um empréstimo bancário de curto prazo, no montante de 700 mil euros.

Segundo esse documento do TC, a eventual condenação é sancionável, com uma multa, para cada um dos responsáveis autárquicos visados, num montante a fixar pelo tribunal, tendo como limite mínimo 1.530 euros e como montante máximo 15.300 euros.

De acordo com o despacho do TC a todos membros do executivo camarário e assembleia municipal, que a Lusa consultou, esse contrato de empréstimo de curto prazo foi celebrado em 23 de setembro de 2011, com vigência até 30 do dezembro de 2011 e prorrogação até 24 de abril de 2012, para recorrer a dificuldades de tesouraria.

O PSD diz hoje, ainda, que vai apresentar a sua defesa, junto do Tribunal de Contas (TC), no processo em que são visados os seus eleitos, com o argumento de que o seu sentido de voto expresso na assembleia municipal em que o assunto foi apreciado e votado, teve por base a informação prestada pela Câmara e pelo seu presidente.

"Informação que, pelo que se pode constatar pelo Relatório do Tribunal de Contas, omitiu informação essencial ao voto esclarecido dos visados", escreve o PSD no comunicado.

Por outro lado, o vice-presidente da Câmara de Miranda do Douro disse que os membros do executivo camarário e da Assembleia Municipal receberem um relatório do TC, no qual é indicado o desrespeito pelo endividamento líquido do município. E o que está em causa é a contração de um empréstimo de curto prazo.

Segundo o autarca, havia informação técnica de que o município tinha "capacidade de endividamento de curto prazo", situação pela qual se "avançou para a contração de um empréstimo" junto da Caixa Geral de Depósitos, após a consulta a outras unidades bancárias.

"De boa-fé, decidimos avançar para a contração do empréstimo. Mesmo que venha a ser provado que houve a violação da capacidade de endividamento liquido, o que poderá estar em causa é uma atitude negligente por parte dos membros do executivo e da assembleia, já que poderá não haver o domínio técnico da matéria em causa", frisou Ilídio Rodrigues.
 FYP // SSS. Lusa/fim

Fonte: Agência Lusa

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