O céu de abril de 2017

Depois do equinócio de primavera do mês passado, os dias começaram a crescer a olhos vistos. No dia 1 de abril, o Sol nascerá depois da 7:15, e põe-se por volta das 20:00, mas no final deste mês, já irá nascer por volta das 6:30 e pôr-se cerca das 20:30. Ou seja, só em abril ganhamos 1h15m de luz do dia (mas também perdemos 1h15m de noite para observar o céu).

Figura 1: Júpiter, Terra e Sol (com diâmetros exagerados) alinhados, no dia 7 de abril de 2017. Imagem produzida pelo software de simulação do Universo SkyExplorer V3 (RSA Cosmos), usado nas sessões imersivas do Planetário do Porto – Centro Ciência Viva. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Planetário do Porto – Centro Ciência Viva)
Ainda assim, há muito céu para observar nas noites de abril. E logo no dia 3, a Lua alcançará o quarto crescente. No dia 7, o planeta Júpiter atinge a oposição, ou seja, no Sistema Solar, o Sol, a Terra e Júpiter estarão alinhados.

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Durante a primeira semana de Abril será possível ver, ao anoitecer e bem baixo no horizonte, o mais pequeno planeta do Sistema Solar – Mercúrio. Mas como este nunca se afasta muito do Sol, no céu, a cada dia irá aproximar-se mais da nossa estrela, deixando completamente de ser visível lá para dia 10.

O planeta Marte estará também em rota descendente. No dia 1 estará 25 graus acima do horizonte, a Oeste, logo ao anoitecer, mas ao longo deste mês irá aproximar-se 10 graus da nossa estrela.

Este movimento de Marte no céu resulta do facto de a órbita da Terra em torno do Sol a estar a afastar cada vez mais de Marte (que orbita mais lentamente à volta do Sol). Este afastamento culmina em outubro, altura em que os dois planetas estarão em lados opostos da nossa estrela.

Também no dia 10, o planeta Júpiter, que aparece a Este como uma espécie de “super-estrela” logo ao anoitecer, receberá a visita da Lua, que passará a apenas 1 grau de distância.

Figura 2: O céu virado a Oeste, ao anoitecer do dia 28 de abril de 2017. A Lua está quase colada à estrela Aldebaran e Marte, menos brilhante que a estrela, aparece à direita dos dois, a meio caminho entre a Lua e o enxame de estrelas das Plêiades. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis/Stellarium)
Dia 11, será o dia da lua cheia. E esta é a lua cheia que determina a Páscoa, já que, regra geral, a Páscoa celebra-se no primeiro domingo, depois da primeira lua cheia, depois do início da primavera. Dia 17, a Lua passará a 4 graus do planeta Saturno, com ambos as nascerem pouco depois da uma da manhã. Dia 19 a Lua atingirá o quarto minguante.

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Dia 22 será o dia do máximo da chuva de meteoros das Líridas e como a Lua estará em minguante, as condições de observação este ano são boas. Esta chuva tem um pico variável, que este ano está previsto acontecer entre as 4 da manhã e o meio-dia. No pico, estão previstos até 18 meteoros por hora (mas pode ter surtos que chegam aos 90 meteoros por hora, pelo que vale a pena ficar atento).

Dia 26 é dia de lua nova. Dois dias depois, um fino crescente da Lua passará a 8 graus do planeta Marte. Mas mais brilhante e bem mais próxima do nosso satélite estará a estrela Aldebaran, a mais brilhante da constelação do Touro. Quando anoitecer, a estrela estará a cerca de meio grau da Lua. Na realidade, a Lua irá ocultar a estrela, mas a ocultação ocorre pouco antes do pôr-do-Sol, não sendo visível.

Boas observações.

Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço) 
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

O céu de Novembro de 2016

O início deste mês de observações astronómicas é marcado pela passagem da Lua junto a Saturno na noite de dia 2. Este planeta será visível durante boa parte do mês. Igualmente ao anoitecer iremos encontrar os planetas Vénus e Marte. Este ultimo astro será visitado pela Lua no dia 6, véspera do quanto crescente.

Figura 1: Céu a Sul pelas 6 horas da madrugada de dia 12. São visíveis algumas das estrelas e constelações mais brilhantes desta parte do céu, para além dos radiantes das chuvas de meteoros das Táuridas e Leónidas e os enxames estelares das Plêiades (o Sete-Estrelo) e do Presépio (M44). Igualmente é apresentada a posição da Lua em várias madrugadas,
Por esta altura do ano ocorre uma chuva de meteoros com dois máximos de atividade nos dias 5 e 12. Estas poeiras e pequenas rochas provenientes do cometa Encke parecer-nos-ão surgir da constelação de Touro, daí o seu nome: as Táuridas. Trata-se de uma chuva de estrelas fraca, tendo no máximo uma dúzia de meteoros por hora.

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A Lua Cheia dar-se-á no dia 14, apenas duas horas depois de ter atingido o seu perigeu (o ponto da sua orbita mais próximo da Terra). Por este motivo nessa noite a Lua parecer-nos à ligeiramente maior do que é habitual (pouco mais de 10%). Esta autêntica superlua será a maior dos últimos 68 anos.

De notar que só a partir desta altura do mês é que Mercúrio será visível, aparecendo ao início da noite. Na noite de dia 15 iremos ver a Lua junto a Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Nesta constelação destaca-se o aglomerado estelar das Plêiades ou o sete-estrelo. Apesar de praticamente só 7 estrelas serem visíveis à vista desarmada, este aglomerado tem centenas de estrelas, as quais formaram-se juntas entre 75 a 150 milhões de anos atrás.

Figura 2: Céu a poente ao anoitecer de dia 23. Igualmente é apresentada a posição da Lua, Vénus, Marte e Saturno no dia 3.
Na noite de dia 17 para 18 espera-nos segunda chuva de estrelas do mês: as Leónidas. O seu nome deve-se a que estas poeiras e rochas associadas ao cometa Tempel–Tuttle parecerem surgir da constelação do Leão. Infelizmente o facto de acontecer poucos dias depois da Lua Cheia irá limitar o número de meteoros que iremos observar, não superando as duas dezenas mesmo em condições de observação ideais.

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Na noite de dia 19 a Lua irá passar junto ao aglomerado estelar do Presépio o qual está situado na constelação do Caranguejo. Este aglomerado de estelas com 600 milhões de anos também é chamado de Colmeia, sendo o 44º objeto do catalogo de nebulosas e aglomerados estelares de Messier, e daí ter a designação M44. Este género de aglomerados estelares são bastante úteis no estudo da vida das estrelas.

Dia 21 tem lugar o quarto minguante. Nessa madrugada iremos ver a Lua ao pé de Régulo, o coração da constelação do Leão. Dos dias depois (na noite de dia 23) será a maior aproximação entre Mercúrio e Saturno. Por esta altura do mês Saturno deixará de ser visível, só voltando a aparecer a meio de Dezembro.

Na madrugada de dia 25 a Lua estará próxima de Júpiter, o qual nasce por estes dias cerca das três horas e meia da madrugada. A seu turno, pelo meio-dia de dia 29 a Lua já se terá deslocado até bem perto da direção do Sol dando origem à Lua Nova.

Boas observações!

Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC)
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

O céu de outubro de 2016

Em destaque durante outubro estará o Triângulo de Verão, um asterismo (ou constelação não oficial), formada pelas três estrelas mais brilhantes das constelações da Lira, Águia e Cisne – respetivamente Vega, Altair e Deneb.

Figura 1: O céu virado a Sul, às 20h00 do dia 9 de outubro de 2016. Em grande destaque o Triângulo de Verão, a apontar para Sul. (Imagem: Stellarium/Ricardo Cardoso Reis)
Em Agosto este asterismo está praticamente no zénite logo ao anoitecer (daí o seu nome), mas agora o triângulo aparece já mais baixo, como uma gigantesca seta a apontar para Sul.

Para os índios Norte-Americanos, as três estrelas desenhavam uma mão, com a linha Deneb/Vega a representar os nós dos dedos, e a linha Vega/Altair a representar o dedo indicador esticado. Quando a mão apontava para Sul logo ao anoitecer, era altura da migração das tribos para as paragens mais quentes a Sul, pois o tempo frio estava a chegar.

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No dia 6 a Lua, já a crescer, passa a 5 graus de Saturno, e no dia 8, a 6 graus de Marte.

Também no dia 8 vai ocorrer o máximo da chuva de meteoros das Dracónidas. Infelizmente este ano o crescente da Lua irá ofuscar a maioria dos meteoros desta chuva. Os mais velhos talvez se lembrem das verdadeiras tempestades que foram as Dracónidas de 1933 e 1946, anos em que o número de meteoros por hora durante o máximo ultrapassou os 10 mil! Estas foram duas das maiores chuvas de “estrelas” do séc. XX. No dia 9 a Lua atingirá o Quarto Crescente.

Dia 16 é dia de Super Lua Cheia, isto é, uma Lua Cheia que ocorre próximo da altura do perigeu (ponto de maior aproximação da Terra). A definição de Super Lua Cheia não é consensual (talvez por ter sido originalmente cunhada por um astrólogo, não por um astrónomo), e por isso dependendo da interpretação, o número de super luas num ano pode ser diferente. A de Outubro deste ano, no entanto, é consensual entre todas as interpretações.

Figura 2: Na madrugada do dia 30 de outubro, os relógios atrasam 1 hora. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis/IA/Planetário do Porto)
No dia 22, o nosso satélite atingirá o Quarto Minguante.

No dia 28, mesmo antes do amanhecer, uma Lua já bem pequena passará a apenas 1 grau de Júpiter. Depois do seu trajeto aparente no céu o ter levado a passar em frente ao Sol, que o ofuscou durante mais de um mês, Júpiter volta a estar visível no fim de outubro, agora antes do amanhecer.

O mês termina com uma Lua Negra no dia 30 – a segunda Lua Nova no mesmo mês (a primeira foi logo no dia 1). Também neste dia, que é o último domingo de outubro, voltaremos à verdadeira hora solar – os relógios devem ser atrasados uma hora, às 2h00 de Portugal Continental e da Madeira (volta a ser 1h00), e à 1h00 do Arquipélago dos Açores (volta a ser meia-noite).

Boas observações.

Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto/Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço) 
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

O céu de agosto de 2016

Este mês de agosto, tipicamente de férias para uma boa parte dos portugueses, terá uma Lua Nova logo no dia 2. Dois dias depois, um finíssimo crescente da Lua passará a apenas 3 graus de Vénus e no dia 6, o nosso satélite estará quase colado ao planeta Júpiter. No dia 10, a Lua alcançará o quarto crescente.

Fig1: O céu virado a Nordeste, à uma da manhã do dia 12 de agosto 2016. Na imagem está indicado o radiante (ponto a partir do qual parecem radiar todos os meteoros) da chuva de meteoros das Perseidas.(Imagem: Stellarium/Ricardo Cardoso Reis)
Entre a noite de dia 11 e a madrugada de dia 13, fiquem atentos aos meteoros das Perseidas, em especial depois da Lua se pôr, lá para a uma da manhã.

O número de meteoros visível nestas “chuvas de estrelas” é sempre difícil de prever, mas este ano a previsão é de um aumento significativo – durante o pico, podem mesmo chegar aos 200 meteoros por hora (em céus escuros), mais do dobro do que o normal. Isto significa que, mesmo numa cidade, onde tipicamente se conseguem ver apenas cerca de 10% dos meteoros, será um evento interessante.

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A partir das 23:00 do dia 11 já se deve notar um aumento do número de meteoros, mas o máximo está previsto entre a meia-noite e as 4 da manhã já de dia 12. No entanto, relembro que as previsões do número de meteoros, visível no pico destas chuvas, têm uma grande incerteza.

As Perseidas ocorrem quando a Terra cruza o rasto de poeiras deixado pela passagem do cometa Swift-Tuttle, o maior objeto celeste conhecido a passar nas proximidades da Terra (sem ser a Lua, claro). Este cometa, com um núcleo de 26 km (por comparação, o meteorito que terá aniquilado os dinossauros teria “apenas” 10 km), passou pela última vez perto do nosso planeta em 1992, e voltará às redondezas lá para 2126.

O mais antigo registo das Perseidas chega-nos da China, e remonta ao ano 36 d.C. Na mitologia grega, as Perseidas comemoram a altura em que Zeus visitou a princesa Dánae, com quem teve um filho – o herói Perseu, o mesmo da constelação de onde parecem originar todos os meteoros.

Fig2: O céu a Oeste, ao anoitecer do dia 27 de agosto 2016. A conjunção Júpiter/Vénus colocará os dois planetas a apenas 0,12 graus um do outro. (Imagem: Stellarium/Ricardo Cardoso Reis)
No dia 12, a Lua passará a 4 graus de Saturno, e no dia 18, o nosso satélite alcançará a Lua Cheia. Bem rente ao horizonte, e apenas 2 dias depois, Júpiter, que se aproxima rapidamente de Vénus, passará a 4 graus de Mercúrio. Já no dia 25, a Lua chegará ao quarto minguante.

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No dia 27, mesmo ao anoitecer, Vénus e Júpiter quase que se fundem no céu. A sua conjunção (ponto de maior aproximação) será tão próxima, que a separação entre os dois astros (cerca de 7 minutos de arco, ou 0,12 graus) será menor que a espessura de uma moeda de um euro, à distância de um braço estendido. Por comparação, à distância do braço estendido, o dedo mindinho ocupa 1 grau, ou o dobro do diâmetro aparente da Lua Cheia.

Apesar destas conjunções muito próximas não serem algo que aconteça apenas uma vez na vida, ainda assim são raras o suficiente para valer a pena vê-las.

Boas observações.

Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto/Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço) 
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

O céu de julho

O início e final deste mês, mais concretamente os dias 2 e 29, serão marcados pela passagem da Lua junto a Aldebarã, uma estrela gigante alaranjada que constitui um dos olhos da constelação do Touro.

Figura 1: Céu a sudoeste ao anoitecer de dia 17. Igualmente é visível a posição da Lua nas noites de dias 7,9, 12 e 15.
Na primeira segunda-feira do mês (dia 4) terá lugar a Lua Nova. Neste mesmo dia a Terra atinge o seu afélio, isto é, o ponto da sua órbita mais afastada do Sol. Apesar disso, como nesta altura do ano o Hemisfério Norte encontra-se voltado para o Sol, esta parte do globo recebe mais radiação solar do que o Hemisfério Sul, ou do que ele próprio recebia há seis meses. Assim por estes dias é verão em Portugal enquanto em países situados abaixo do equador é inverno.

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Na noite de dia 7 para 8 a Lua situar-se-á ao pé de Régulo, o coração da constelação do Leão. Dois dias depois, ela já terá passado ao lado de Júpiter, que por estes dias encontra-se entre as constelações do Leão e da Virgem.

O quarto crescente terá lugar na madrugada de dia 12 muito perto da estrela Espiga, a estrela mais brilhante da constelação da Virgem. Quatro dias depois, a Lua já se terá chegado até junto de Saturno, o qual por estes dias se encontra entre as constelações do Escorpião e do Ofúco. Não será possível observar Mercúrio e Vénus até ao meio do mês por estes se encontrarem numa direção muito próxima da do Sol. Mas a partir desta altura começarão a apresentar-se como estrelas da tarde.

A Lua Cheia irá ocorrer no final do dia 19 e o quarto minguante ao início de dia 27.

Figura 2: Céu a Sul pelas zero horas de dia 28. É visível o radiante a chuva de estrelas delta Aquarídas e a posição da Lua nas madrugadas de dia 16 e 20.
Este quarto minguante coincide com o pico de atividade da chuva de estrelas Delta Aquáridas. Trata-se uma chuva de meteoros relativamente fraca da qual, mesmo em condições de observação ideais, não se devem esperar mais do que uma vintena de meteoros por hora. Embora estes meteoros possam aparecer em qualquer direção, têm em comum o parecerem surgir de uma região do céu (o radiante) próxima da estrela delta da constelação do Aquário, daí o seu nome.

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A segunda passagem da Lua pela constelação do Touro trar-nos-á mais um evento astronómico. Desta vez a Lua irá passar tão perto da estrela Gamma Tauri, o focinho da constelação do Touro, que chegará mesmo a ocultar este astro durante pouco mais de três minutos. Esta ocultação apenas será visível em Portugal Continental, tendo início por volta das duas horas e cinquenta minutos da madrugada de dia 29 (o instante exato do início e final deste evento irá depender da localização de cada observador).

Finalmente, na madrugada de dia 30 teremos a oportunidade de vislumbrar Mercúrio ao pé de Régulo.

Boas observações!

Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC)
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

O céu de junho de 2016

O mês de junho assinala a chegada do Verão, mas antes disso há muito para ver no céu noturno.

Júpiter na constelação do Leão, a Oeste, por volta das 22h30. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis/Stellarium)
O dia 5 de junho é dia de Lua Nova, Lua que alcançará o planeta Júpiter no dia 11. Nesse dia, o nosso satélite natural estará a apenas dois graus da “super-estrela” que o maior planeta do Sistema Solar aparenta ser no nosso céu.

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Júpiter está na constelação do Leão, que de acordo com a mitologia grega era o Leão da Nemeia, o maior leão do mundo. A lenda diz que este atacava e comia pessoas, com muitos a perderam a vida a tentar abatê-lo, porque a sua pele era quase impenetrável, só podendo ser furada pelas próprias garras do Leão.

Matar o Leão da Nemeia foi o primeiro dos doze trabalhos de Hércules, algo que o herói só conseguiu estrangulando o animal. Depois de o abater, Hércules usou as próprias garras do Leão para lhe tirar a pele, usando-a como proteção durante os restantes onze trabalhos. Mas Júpiter tem concorrência como “super-estrela” no céu, já que Marte atingiu o ponto de maior aproximação à Terra, dos próximos 26 meses, no passado dia 30 de maio, tornando-o quase tão brilhante como Júpiter. Apesar de já se estar a afastar, será ainda bastante brilhante durante este mês.

O trio da Lua, Saturno e Marte, virados a Sul, por volta da meia-noite do dia 19 de junho. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis/Stellarium)
Para distinguir entre os dois, basta ver qual das “super-estrelas” tem uma coloração alaranjada, cor devida à ferrugem que cobre quase completamente a superfície de Marte.

Dia 12 a Lua atingirá o quarto crescente. No dia 17, a Lua passará a sete graus de Marte e no dia 18, a apenas dois graus de Saturno.

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E, finalmente, chegamos ao Verão! O hemisfério Norte entrará nesta estação às 23h34 (hora legal de Portugal Continental) do dia 20 de junho, hora a que ocorre o Solstício – o dia em que o Sol, no seu movimento aparente no céu, atinge o ponto mais a Norte do Equador Celeste, e ao meio-dia solar estará no ponto mais alto no céu de todo o ano. Este será o dia mais longo do ano, com 14h18m de luz do dia na Madeira, e chegando às 15h10m no Norte de Portugal Continental.

Quase a acabar o mês, no dia 27, a Lua chegará ao quarto minguante. Nesse dia, não tentem encontrar a Lua no início da noite, pois ela só nascerá por volta da uma da manhã. No entanto, se a procurarem ao amanhecer, ela ainda estará visível, passando a Sul às 7h30, e a Sudoeste por volta das 9h30.

Boas observações.

Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto e IA) 
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

O céu de Maio de 2016

O início deste mês é marcado por uma chuva de estrelas que parecem surgir de uma parte do céu (o radiante) muito próxima da estrela eta da constelação do Aquario, daí o seu nome: as Eta Aquarídeas.

Figura 1: Céu a Sudeste pelas 5 horas da madrugada de dia 6. É visível o radiante da chuva destrelas Eta Aquáridas junto com os planetas Saturno e Marte, mais algumas constelações e estrelas de relevo. Igualmente, podemos encontrar a posição de Marte na madrugada de dia 22 e da Lua nas madrugadas de dias 22 e 23. (Imagem adaptada de Stellarium)
Esta chuva meteoros, que não são mais do que pequenas rochas e poeiras provenientes do cometa Halley, tem o seu pico de atividade nos dias 5 e 6. Trata-se de uma chuva de estrelas pouco intensa da qual, em condições de observação ideais, são de esperar uma a duas dezenas de meteoros por hora.

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Neste mesmo dia 6 o nosso satélite natural atinge o seu perigeu. (ponto da sua orbita mais próximo da Terra), e perto do pôr-do-sol desse dia terá lugar Lua Nova. Esta é altura do mês em que podemos contar com as marés mais intensas.

Dois dias depois iremos encontrar a Lua ao pé de Aldebarã, o olho da constelação do Touro.

No dia 9, terá lugar o evento mais marcante do mês: a passagem de Mercúrio diante do Sol (ou trânsito de Mercúrio). Esta efeméride irá ter início às 12 horas e 12 minutos (hora continental) e irá durar até às 19 horas e 42 minutos, com o máximo pelas 15 horas e 56 minutos. Ao longo dessa tarde várias instituições nacionais levarão a cabo a observação deste fenómeno recorrendo a instrumentos devidamente equipados.

Embora Mercúrio passe por entre a Terra e Sol a cada 116 dias (o seu período sinódico), geralmente fá-lo demasiado acima ou abaixo do plano da orbita terrestre (ou da eclíptica) não passando pelo disco solar. Este é o mesmo motivo pelo qual não há eclipses solares a cada Lua Nova. Este evento é incomum ao ponto de, embora o próximo trânsito de Mercúrio tenha lugar em novembro de 2019, o seguinte já só irá ocorrer em 2032.

De notar que observar um pequeno ponto negro contra um fundo brilhante (o Sol) é muito mais difícil do que observar um ponto brilhante contra um céu escuro. Assim o trânsito de mercúrio só será visível recorrendo a binóculos e telescópios.

É importantíssimo recordar que estes instrumentos devem estar SEMPRE equipados com filtros específicos para o efeito ou, à falta de filtros, a luz deve ser projetada contra um ecrã. Em todo o caso a observação deverá feita por períodos curtos de poucos segundos. Olhar diretamente para o Sol sem equipamento apropriado, ou recorrer soluções caseiras tais como o adaptar óculos de eclipse a binóculos ou telescópios, pode mesmo levar à cegueira.

Figura 2: Representação do trânsito de Mercúrio de dia 9 de maio. A informação temporal corresponde à hora legal em Portugal continental.
O quarto crescente terá lugar no dia 13. Entre a meia-noite desse dia e o início a madrugada de dia 15 podemos apreciar a forma como a Lua se terá deslocado desde a constelação do Caranguejo até ao pé de Júpiter, passando ao pé de Régulo, o coração da constelação do Leão, ao início da madrugada de dia 14.

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Por sua vez, na madrugada de dia 18 a Lua já terá chegado até ao pé da estrela Spica da constelação da Virgem. A Lua Cheia terá lugar no dia 21. Junto a ela situar-se-á Marte, planeta que atingirá a posição diametralmente oposta à do Sol no dia seguinte. Esta é a altura do ano em que Marte se encontra mais próximo de nós, apresentando-nos a sua face totalmente iluminada. Assim este planeta irá parecer mais brilhante do que é habitual. Apesar disso (e ao contrário dos rumores que circulam todos os anos) é impossível que Marte atinja o tamanho ou brilho da Lua Cheia (como aliás teremos reparado na véspera).

Junto a estes astros iremos encontrar igualmente Saturno (que será visitado pela Lua no dia 22), e uma estrela cuja cor e brilho tentam "rivalizar" com os de Marte: Antares, a estrela no coração da constelação do escorpião. O quarto minguante de dia 29 marca o final de mais um mês de eventos astronómicos.

Boas observações!

Fernando J.G. Pinheiro
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

O céu de Março de 2016

O quarto minguante marca o primeiro e o ultimo dia deste mês de efemérides astronómicas.

Figura: Céu a Sul pelas 6 horas da madrugada de dia 1. Para além da Lua, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno, são visíveis algumas estrelas e constelações mais brilhantes desta parte do céu. Igualmente visíveis são as posições da Lua nas madrugadas dos dias 2, 7, 22 e 25.
Durante as primeiras madrugadas do mês podemos ver como a Lua se irá deslocando da vizinhança de Marte no dia 1, passando ao pé de Saturno e de Vénus respetivamente nas madrugadas de dia 2 e 7, até chegar junto a Mercúrio no dia 8. Tanto Vénus como Mercúrio apresentam-se como estrelas da manhã. No entanto Mercúrio começa a aproximar-se cada vez mais da direção do Sol, deixando mesmo de ser visível por volta do meio do mês.

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No dia 8, Júpiter encontrar-se-á em oposição, isto é, na direção diametralmente oposta à do Sol. Esta é a altura do ano em que Júpiter está mais próximo de nós, apresentando-nos a sua face totalmente iluminada (fazendo com que nos pareça mais brilhante do que é habitual), sendo a melhor ocasião para observar este planeta junto com as suas luas.

Em contraponto, no dia 9 a Lua estará na direção do Sol dando lugar à Lua Nova. Como por esta altura a Lua irá cruzar a órbita terrestre (o plano da eclíptica), e por estar muito próxima do seu perigeu (ponto da orbita mais próxima da Terra) ela conseguirá bloquear completamente o Sol ao longo de uma faixa que passa pelas ilhas da Sumatra e Bornéu, e por parte do Oceano Pacífico, dando assim lugar a um eclipse total do Sol visível nestas regiões.

Na noite de dia 14, véspera do quarto crescente, a Lua irá passar ao lado de Aldebarã, uma estrela gigante vermelha que associamos ao olho esquerdo da constelação do Touro, daí o seu nome em árabe.

Em consequência do movimento da Terra ao redor do Sol (e devido ao facto do eixo de rotação da terra não ser perpendicular ao plano da sua orbita) pelas das 4 horas e meia da madrugada de dia 20 o hemisfério Norte passa a estar mais iluminado do que o Sul. Assim a partir deste instante no hemisfério Norte o Sol passa a ser visto acima do equador celeste, o que marca o arranque da primavera neste hemisfério. Ou seja, ocorre nesse dia o equinócio da primavera.

Entre as noites de dia 20 e 22 podemos ver como a Lua passa da vizinhança de Régulo, o coração da constelação do Leão, até ao pé de Saturno. Este mês a Lua cheia dar-se-á no dia 23. Tal como terá sucedido aquando da Lua Nova, o Sol a Terra e a Lua estarão relativamente alinhados entre si dando origem a um eclipse, que neste caso será Lunar. Mas como Lua apenas irá atravessar a penumbra da Terra (parte da sombra em que o Sol é apenas parcialmente bloqueado) este eclipse será penumbral. Infelizmente este evento não será visível em Portugal por ocorrer entre as 9 horas e meia e as duas da tarde (hora continental).

A primeira Lua Cheia da primavera tem particular importância religiosa pois a Pascoa ocorre no primeiro Domingo que a sucede (calhando este ano no dia 27).

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Na Sexta-feira Santa (dia 25) a Lua atingirá o seu apogeu (ponto da orbita de maior afastamento do nosso planeta), situando-se a 400 mil quilómetros de distância de nós. Por esta altura do mês, o nosso satélite natural estará junto à estrela Espiga da constelação da Virgem. A Páscoa deste ano coincide com o último Domingo do mês de março. Assim, à uma hora dessa madrugada (meia noite na região autónoma dos açores) entramos no horário de verão, devendo adiantar nos nossos relógios 60 minutos.

Por volta da uma hora da madrugada de dia 29 voltamos a ver a Lua nascer entre Marte e Saturno.

Boas observações!


Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC) Ciência na Conteúdo fornecido por Imprensa Regional – Ciência Viva

O céu de fevereiro de 2016

O mês começa com um espetáculo relativamente raro, visível pouco antes do amanhecer – podem ser observados ao mesmo tempo todos os objetos do Sistema Solar visíveis a olho nu (excepto o Sol, claro), algo que já não acontecia desde janeiro de 2005.

Figura 1: O céu do dia 6 de fevereiro de 2016, por volta das 7 da manhã. De Oeste para Sudeste, poderão observar Júpiter, Marte e Saturno praticamente a Sul, e finalmente o triângulo formando por Vénus, a Lua e Mercúrio (a Sudeste). (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Stellarium)
Assim, por volta das 7 da manhã do dia 6 de fevereiro, de Oeste para Sudeste, poderão observar Júpiter, Marte, Saturno (praticamente a Sul), Vénus, a Lua em quarto minguante e Mercúrio (a Sudeste).ao mesmo tempo todos os objetos do Sistema Solar visíveis a olho nu (excepto o Sol, claro), algo que já não acontecia desde janeiro de 2005.

Como a Lua se desloca cerca de 12 graus por dia no céu (como referência, à distância de um braço estendido, um palmo cobre pouco mais de 20 graus), esta estará a cerca de 2 graus de Marte no dia 1, a pouco mais de 6 graus de Saturno no dia 4, e já num finíssimo minguante, no dia 6 formará um triângulo com Vénus e Mercúrio, estando a 3 graus do primeiro e a quase 5 graus do segundo.ao mesmo tempo todos os objetos do Sistema Solar visíveis a olho nu (excepto o Sol, claro), algo que já não acontecia desde janeiro de 2005.

Este movimento aparente da Lua leva-a a atingir a Lua Nova no dia 8, e a chegar ao quarto crescente no dia 15. Já a Lua cheia ocorre no dia 22. A Lua em minguante, novamente de volta ao céu da madrugada, passará a apenas 2 graus de Júpiter no dia 24 e terminará o mês a pouco mais de 6 graus de Marte.ao mesmo tempo todos os objetos do Sistema Solar visíveis a olho nu (excepto o Sol, claro), algo que já não acontecia desde janeiro de 2005.

Figura 2: As posições e órbitas dos planetas, como poderiam ser observadas perpendicularmente ao plano do Sistema Solar, no dia 6 de fevereiro de 2016. Nesta imagem o diâmetro e o tamanho das órbitas dos planetas Júpiter e Saturno foram reduzidos, de modo a caberem na imagem. Imagem produzida pelo software de simulação do Universo SkyExplorer V3 (RSA Cosmos), usado nas sessões imersivas do Planetário do Porto – Centro Ciência Viva. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Planetário do Porto – Centro Ciência Viva)
Também Vénus se irá aproximar de Mercúrio, e com ambos a aproximarem-se do Sol, no céu. Os dois planetas estarão em conjunção (ponto de maior aproximação entre eles) no dia 13, quando estiverem separados de apenas 4 graus.ao mesmo tempo todos os objetos do Sistema Solar visíveis a olho nu (excepto o Sol, claro), algo que já não acontecia desde janeiro de 2005.

A partir do meio de fevereiro, por ser pouco brilhante e começar a estar demasiado próximo do Sol, deixaremos de conseguir ver Mercúrio. Vénus também irá desaparecer, mas só para o fim do mês, por ser muito mais brilhante que Mercúrio.ao mesmo tempo todos os objetos do Sistema Solar visíveis a olho nu (excepto o Sol, claro), algo que já não acontecia desde janeiro de 2005.

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No entanto, tenham em atenção que este alinhamento dos planetas é apenas aparente, e resulta da projeção dos movimentos dos planetas na esfera celeste. Se conseguíssemos “subir” acima do plano do Sistema Solar, facilmente veríamos que os planetas não estão, de facto, alinhados.ao mesmo tempo todos os objetos do Sistema Solar visíveis a olho nu (excepto o Sol, claro), algo que já não acontecia desde janeiro de 2005.

E falando no plano do Sistema Solar, quando este é projetado na esfera celeste, fica reduzido a uma linha imaginária, conhecida como Eclíptica. Esta linha define o trajeto anual do Sol no céu, e por isso interceta todas as 13 constelações do Zodíaco (incluindo a constelação ignorada por uma certa pseudociência, de Ofiúco ou Serpentário).ao mesmo tempo todos os objetos do Sistema Solar visíveis a olho nu (excepto o Sol, claro), algo que já não acontecia desde janeiro de 2005.

É ainda (aproximadamente) ao longo desta linha que se dispõem os planetas visíveis no nosso céu. Por isso, se têm dificuldade em encontrar as constelações do Zodíaco, durante o início deste mês, basta seguir a linha imaginária desenhada pelos planetas, para encontrar Sagitário (ao lado de Mercúrio e Vénus), Ofiúco, Escorpião (com Saturno entre elas), Balança (onde está Marte), Virgem e Leão (com Júpiter pelo meio).

Boas observações.

Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço) 
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

O céu de janeiro

O arranque mais um ano de efemérides astronómicas é marcado pelo quarto minguante na madrugada de dia 2. Neste dia o nosso satélite natural encontra-se no seu apogeu, o ponto da sua orbita mais afastado de Terra.

Figura 1: Radiante da chuva de meteoros das Quarantidas pelas seis horas e meia da madrugada de dia 4. Igualmente são visíveis a Lua, Vénus, Saturno, Marte e algumas estrelas e constelações mais brilhantes. Também é indicada a posição da Lua nas madrugadas de dia 3 e 5 e de Vénus no dia 15.
Em contrapartida perto do final desse dia a Terra atinge o seu periélio: o ponto da sua orbita mais próxima do Sol. Apesar disso, como nesta altura do ano o hemisfério Norte não está virado para o Sol, nesta parte do globo os dias são mais curtos do que aquando do afélio (ponto da orbita terrestre mais próxima do Sol), altura em que tal acontece. Deste modo em Portugal o periélio ocorre no inverno.

Na noite de dia 3 para 4 terá lugar o pico de atividade das Quarantidas. Em condições ideais esta chuva de estrelas permite observar algumas dezenas de meteoros por hora, os quais parecem surgir de uma parte do céu (o radiante) que pertence hoje em dia à constelação do Boieiro. Esta chuva de meteoros deve o seu nome à constelação Quadrans Muralis, atualmente fora de uso, que ocupava essa mesma região do céu.

Figura 2: Céu a Sul pelas seis horas e meia da madrugada de dia 26. Igualmente é indicada a posição da Lua nos dias 28 e 30.
De notar que a melhor maneira de observar os meteoros é olhando para uma parte escura do céu que se situe a cerca de 90° do radiante, e não diretamente para o radiante.

Ao longo de todo o mês podemos ver como Vénus se vai deslocando aos poucos para leste, ultrapassando Saturno no dia 9. Junto a eles iremos encontrar uma estrela que pela sua cor e posição é conhecida como o coração da constelação do Escorpião: Antares.

Na madrugada de dia 10 a Lua apresentar-se-á na direção do Sol dando lugar à Lua Nova. Já ao final desse dia a Lua ter-se-á deslocado até ao pé de Mercúrio, que por estes dias está numa direção muito próxima da do Sol. Assim este planeta apenas será visível no último terço do mês, altura em que irá nascer pouco antes do amanhecer.

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O quarto crescente terá lugar na noite de dia 16. Por esta altura a Lua encontra-se na constelação dos Peixes. Na madrugada de dia 20 o nosso satélite já terá chegado ao pé da estrela Aldebarã, o olho da constelação do Touro, chegando mesmo a ocultá-la. Infelizmente esta ocultação lunar apenas será visível na Região Autónoma dos Açores (por volta da 3 horas e meia da madrugada).

Por seu turno a Lua Cheia terá lugar na madrugada de dia 24 junto à constelação do Caranguejo.

Na última semana do mês podemos apreciar como a Lua se vai deslocando desde a proximidade da estrela Régulo na madrugada de dia 26; passando por Júpiter na madrugada de dia 28, até à vizinhança estrela Spica da constelação da Virgem na madrugada de dia 30.

Boas observações!

Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

Não perca a “chuva de estrelas” das quadrântidas

Na sua viagem anual em torno do Sol, a Terra atravessa diferentes regiões do espaço interplanetário, num percurso orbital de cerca de 940 milhões de quilómetros. 

Entre o primeiro e o quinto dias de Janeiro de cada ano, a Terra passa por uma região particularmente rica em poeiras, brindando-nos com uma chuva de meteoros (na linguagem popular denominados "estrelas cadentes") característica desta época: a chuva das Quadrântidas. O efeito mais espectacular observa-se na noite de 3 para 4 de Janeiro de cada ano. Em 2016, o pico ocorrerá na madrugada.

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Sabemos que as chuvas de meteoros recebem o nome derivado da constelação de onde os traços dos seus meteoros parecem divergir (ponto denominado "radiante" da chuva de meteoros). Na verdade, os meteoros caem para a Terra segundo trajectórias paralelas entre si e o radiante é uma ilusão de perspectiva. Trata-se de uma situação idêntica àquela em que alguns traços paralelos entre si parecem convergir para o ponto de fuga.

No caso das Quadrântidas o radiante situa-se a norte do Boieiro (Boötes), onde nos finais do século XVIII se imaginava a antiga constelação do Quadrante Mural (Quadrans Muralis), hoje extinta. O nome “Quadrântidas” manteve-se só por tradição histórica até aos tempos actuais. Mas a chuva de meteoros continua a ocorrer todos os anos e o leitor pode vê-la sem precisar de mas nada além dos seus olhos e de um local com o mínimo de poluição luminosa.

Representação do céu na direcção noroeste, com as constelações circundantes. Sugerem-se alguns traços de meteoros e a posição do radiante foi marcada com a cruz (+) amarela


Como observar as Quadrântidas
Se as condições meteorológicas o permitirem, não deixe de olhar para o firmamento por estas datas (Veja a figura), especialmente na noite de 3 para 4 de Janeiro, entre as 5:00 e s 07:00 para contemplar esta bela chuva de meteoros, denominada chuva das Quadrântidas. O pico é de cerca de 50 meteoros por hora.

Localize a região situada entre as constelações de Ursa Maior, do Boieiro, do Dragão e de Hércules, acima da região nordeste do horizonte. Preste atenção às regiões envolventes desta área e mantenha a visão lateral alerta. Embora esta não seja das chuvas de meteoros mais intensas merece a nossa atenção e por vezes a sua intensidade pode ser surpreendente.

Clique aqui para saber mais

Texto e imagem de Guilherme de Almeida Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

Guilherme de Almeida (n. 1950) é licenciado em Física pela Faculdade de Ciências de Lisboa e foi professor desta disciplina, tendo incluído Astronomia na sua formação universitária. Proferiu mais de 90 de palestras sobre Astronomia, observações astronómicas e Física, publicou mais de 100 artigos e é formador certificado nestas matérias. É autor de oito livros sobre Astronomia, observações astronómicas e Física. Algumas das suas obras também estão publicadas em inglês, castelhano e catalão. Mais informação aqui

O céu de dezembro de 2015

Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, afasta-se a passos largos do Sol no céu, nascendo depois da uma da manhã no início deste mês, mas terminando dezembro (e 2015) a passar acima do horizonte cerca das 23h15.

Fig1: O céu virado a Sudeste, às 6 da manhã de dia 8 de dezembro. Nesta imagem também está indicado o trajeto do cometa C/2013 US10 (Catalina) até ao último dia do ano. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Stellarium)
Já Saturno fará a sua reaparição nas madrugadas da segunda quinzena de dezembro, depois de ter cruzado o Sol no céu. E com Vénus a aproximar-se cada vez mais da nossa estrela, vai-se aproximando também de Saturno, com os dois planetas a caminho de terem um “encontro imediato” no próximo mês.

Mas antes disso, o céu a Sudeste, ao amanhecer, vai estar autenticamente engarrafado, com a Lua a passar por Júpiter (dia 4), Marte (dia 6) e Vénus (dia 7).

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Além destes facilmente observáveis objetos do Sistema Solar, há ainda um outro na vizinhança – o cometa C/2013 US10 (Catalina). Com uma magnitude de 4,8, este cometa é observável com uns simples binóculos, e passará este mês a viajar da constelação da Virgem para a do Boieiro. Os melhores dias para o encontrar serão o dia 8, quando faz um triângulo com a Lua e Vénus, e na passagem de ano, quando estiver quase colado à estrela Arcturus.

No dia 10, a Lua passa a menos de 4 graus de Saturno, mas essa observação será um desafio dos grandes. Às 7h15, com o Sol a apenas meia hora de estar acima do horizonte, Saturno estará apenas 2 graus acima do horizonte (cerca de um polegar, à distância de um braço estendido), e a Lua estará quase, quase Nova, com apenas 1,3% do disco lunar visível. No dia seguinte, ocorrerá a Lua Nova.

Dia 14, por volta das 18 horas, será o máximo da chuva de meteoros das Geminíadas. Esta chuva tem um número previsto de meteoros por hora de 120 (em céus escuros), e com a Lua num fino crescente a não atrapalhar as observações, esta poderá ser uma noite bastante interessante para observar meteoros.

Às 04h48 do dia 22 ocorre o solstício de Inverno (no hemisfério Norte), altura em que entraremos oficialmente no Inverno. Este é o dia mais pequeno do ano, e aquele em que o Sol, ao meio-dia, atinge a altura mínima de todo o ano.

Fig2: O céu virado a Este às 20h00 do dia 14 de dezembro, com indicação do radiante da chuva de meteoros das Geminíadas. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Stellarium)
Neste solstício, o Porto irá ver o Sol nascer às 7h57 e pôr-se às 17h09, totalizando apenas 9h13m de dia. Em Faro nasce às 7h42 e põe-se às 17h19 (9h41m de duração do dia), enquanto no Funchal, nascimento e ocaso ocorrem pelas 8h06 e 18:06 (10h00m de luz), respetivamente. Em Ponta Delgada (menos uma hora que o Continente), o Sol irá nascer às 8h55 e pôr-se às 18h28, somando 9h34m de luz do dia.

O dia de Natal deste ano trás uma prenda acrescida – uma Lua Cheia. E mesmo a terminar o ano, a Lua passará a apenas 5 graus do planeta Júpiter.

Boas observações e votos de um 2016 repleto de céus limpos.

Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço)
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

O céu de Novembro de 2015

Os primeiros dias do mês coincidem com a chuva de estrelas das táuridas, cujo máximo de atividade ocorre no dia 5. Estes meteoros que nos parecem surgir da vizinhança da constelação do Touro não são mais do que pequenas rochas e poeiras libertadas pelo asteroide 2004 TG10 e pelo cometa 2P Encke ao longo dos seus respetivos percursos.

Figura 1: Céu a sudeste pelas seis horas e um quarto da madrugada de dia 1. Igualmente são visíveis posição da Lua nas madrugadas de dia 3 e 6, o radiante da chuva de meteoros das Leónidas e a localização de Vénus, Marte e Júpiter na madrugada de dia 29
Infelizmente a observação desta chuva de estrelas será dificultada pela presença da Lua a qual, aquando do quarto crescente de dia 3, estará junto à constelação do Caranguejo. Deste modo, mesmo em condições ideais não será possível observar mais do que meia dezena de meteoros por hora.
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Por esta mesma altura do mês podemos apreciar igualmente a conjugação de Júpiter, Vénus e Marte. Em particular, a maior aproximação entre estes planetas terá lugar no dia 2 com Vénus a menos de 1 grau de Marte. Mas para observar estes astros será necessário estar acordado pelo menos às três horas e meia da madrugada.

Estes planetas serão visitados pela Lua nas madrugadas de dia 6 e 7. O início do mês será a única altura adequada à observação de Mercúrio (pouco antes do amanhecer) e de Saturno (visível a poente ao anoitecer) pois à medida que o mês for avançando estes astros aproximar-se-ão cada vez mais da direção do Sol, não nos permitindo a sua observação. Mas tal como Mercúrio estará na direção do Sol no dia 17, e Saturno no dia 30, a Lua encontrar-se-á em idêntica situação já no dia 11, dando lugar à Lua Nova.

Figura 2: Céu a sudeste pelas vinte e três horas de dia 25. Igualmente é visível o radiante da chuva de meteoros das táuridas com máximo de atividade no dia 5.
Em novembro a Terra passa perto do rasto de um outro cometa, o Tempel-Tuttle. Tal origina uma chuva de estrelas que nos parecem surgir da vizinhança da constelação do Leão, daí o seu nome: as Leónidas. Mas tal como terá sucedido com as táuridas, o pico de atividade desta chuva de estrelas (que tem lugar na noite de dia 17 para 18) será relativamente fraco, não superando a dezena de meteoros mesmo em condições ideais.

O quarto crescente terá lugar na madrugada de dia 19, com o nosso satélite natural junto à constelação do Aquário. Já a Lua Cheia terá lugar na noite de dia 25. Nesta mesma noite podemos ver como a Lua se vai aproximando cada vez mais da direção de Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Ao voltar a olhar para Vénus e Marte perto do final do mês podemos verificar que estes não se deslocaram nos céus do mesmo modo: Vénus já atingido a direção da estrela Espiga, enquanto Marte ainda estará junto à estrela Porrima.

Boas observações!

Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

O céu de outubro de 2015

Neste mês, os planetas estarão (quase) todos visíveis ao amanhecer, com Vénus (a “híper estrela”), Marte, Júpiter (a “super estrela”), e até por tempo limitado Mercúrio, visíveis antes do Sol se levantar. 

Fig1: O céu virado a Este, às 6 da manhã do dia 9 de outubro 2015. Quase em linha reta, estão respetivamente Júpiter (mais abaixo), Marte, a Lua num fino minguante, e Vénus. Um pouco mais à esquerda de Vénus está ainda a estrela Regulus (Alfa Leo), a mais brilhante da constelação do Leão. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Stellarium)
Ao longo do mês será ainda possível observar uma autêntica “dança” dos planetas, com Júpiter a afastar-se do Sol, passando primeiro por Marte e depois por Vénus, planeta que entretanto já parou de se afastar do Sol, começando novamente a aproximar-se do astro-rei.

O céu de outubro começa por nos reservar uma Lua em Quarto Minguante, no dia 4, com o nosso satélite a passar a apenas 1 grau de Vénus na madrugada do dia 8.

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No amanhecer do dia seguinte serão quatro os objetos do Sistema Solar “empacotados” na constelação de Leão. Júpiter, Marte, a Lua e Vénus estarão dispostos quase em linha reta, com os dois das pontas (Júpiter e Vénus) separados por pouco mais de 12 graus (aproximadamente um punho fechado, à distância de um braço esticado).

O amanhecer do dia 9 é também a altura do máximo da chuva de estrelas das Dracónidas, mas sendo uma chuva pouco intensa (embora tenha alguns surtos de maior intensidade), provavelmente não valerá a pena ficarem acordados de propósito para vislumbrar apenas um ou outro meteoro. Dia 10, a Lua passará a 3 graus de Júpiter, e dia 11 a apenas 1 grau de Mercúrio. A Lua Nova ocorrerá no dia 13. Dia 16, virados a Sudoeste ao anoitecer e separados por 3 graus, encontrarão a Lua e o único dos planetas visíveis a olho nu que não está visível de madrugada – Saturno.

Dia 17 ocorrerá o primeiro encontro cósmico do mês, com a conjunção (ponto de maior aproximação) entre Marte e Júpiter, com os dois separados por apenas meio grau.

Dia 20 a Lua estará em crescente, e dia 23, Júpiter estará mesmo a meio entre Marte e Vénus, com estes dois últimos separados por apenas 5 graus.

Fig2: O céu virado a Sudoeste, por volta das 19:30 do dia 16 de outubro 2015. Saturno, e a Lua num fino crescente, estarão separados por 3 graus. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Stellarium)
Dia 25 muda da hora, altura em que saímos do horário de verão e voltamos ao verdadeiro horário solar. Por isso, não se esqueçam de, às 2 da manhã (em Portugal Continental e na Madeira), atrasar os relógios uma hora. Como sempre, no Arquipélago dos Açores a mudança é feita à 1 da manhã (que passa a ser meia-noite).

Devido a esta mudança, no dia 24 o Sol, no Porto, nasce às 7:56, e no dia seguinte às 6:57. A diferença é de apenas 1 minuto (menos uma hora). O segundo encontro cósmico do mês será entre o segundo e terceiro objetos mais brilhantes do céu noturno. A conjunção de Júpiter e Vénus ocorrerá no dia 26, altura em que os dois planetas passarão a apenas 1 grau um do outro.

Finalmente, quase a terminar outubro, a Lua Cheia, redonda “como um queijo” ocorrerá no dia 27.

Boas observações.

Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço)
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva


O céu de setembro

Oinício do mês será a altura mais adequada para a observação de Mercúrio, uma vez que ele atinge o seu maior afastamento para leste relativamente ao Sol no dia 4 (distando 27 graus do nosso astro-rei), permitindo-nos vislumbrar este planeta ao anoitecer. Na madrugada de dia 5 a Lua irá passar a menos de um grau da estrela Aldebarã, o "olho" da constelação do Touro. Neste mesmo dia dar-se-á o quarto minguante.

Figura 1: Céu a sudoeste pelas 20 horas e 40 minutos de dia 4. Igualmente é visível a posição da Lua nas noites de dias 15 18 e 21
Pelas 5 horas da madrugada de dia 10 será possível ver a Lua na vizinhança de Vénus e Marte. Igualmente Júpiter ocupa esta parte do céu, nascendo pelas 6 horas e 20 minutos. Este planeta só começará a ser bem visível na segunda metade do mês. A Lua Nova terá lugar no dia 13. Como esta ocorre muito perto do plano da orbita terrestre (plano da eclíptica), do alinhamento Sol-Lua-Terra resultará um eclipse solar. Mas ao contrário do que sucedeu em março, este eclipse apenas será parcial e unicamente visível no sul de África e parte da Antártida.

No espaço de uma semana podemos apreciar facilmente o movimento da Lua no céu: no dia 15 a Lua situar-se-á a poucos graus de Mercúrio e de Espiga, a estrela mais brilhante da constelação da Virgem; na noite de dia 18 a Lua situar-se-á perto de Saturno, que por esta altura se situa ao pé da constelação da Balança; e, para finalizar, aquando do quarto crescente de dia 21 o nosso satélite natural já estará junto à constelação do Sagitário.

Figura 2: Céu a sudeste pelas 6 horas da madrugada de dia 24. Também é indicada a posição da Lua, Vénus, Marte e Júpiter na madrugada de dia 10
Em consequência da rotação da terra em torno do Sol, pelas 9 horas e 21 minutos do dia 23 o eixo de rotação terrestre estará perpendicular à direção Sol-Terra. Esta é uma das duas únicas alturas do ano em que os hemisférios Norte e Sul se encontram igualmente iluminados. Em Portugal este momento é chamado de equinócio de outono pois, a partir deste instante, passamos a ver o Sol abaixo do equador celeste (a projeção nos céus do equador terrestre), o que marca o início do outono.

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Por volta de dia 24 iremos encontrar Marte perto de Régulo a estrela mais brilhante da constelação do Leão. Pelas 3 horas e 47 minutos da madrugada de dia 28 terá lugar a Lua Cheia. Como esta ocorre perto do perigeu (altura da maior aproximação da Lua à Terra, que corresponde a cerca de 93% da distância média entre eles) o nosso satélite natural irá parecer ligeiramente maior do que é habitual. Trata-se da penúltima e maior super-Lua deste ano.

Tal como terá sucedido aquando da Lua Nova anterior, esta fase da Lua terá lugar muito perto do plano da eclíptica, dando assim origem a um eclipse lunar. Este eclipse será total pois a Lua vai atravessar a região de maior escuridão da sombra da Terra (a umbra). Este eclipse irá decorrer entre a 1 hora e 12 minutos e as 6 horas e 22 minutos.

De notar que o mesmo fenómeno de dispersão de luz na atmosfera responsável pelo nosso céu ser azul, faz com que num eclipse lunar total a Lua receba parte da radiação solar vermelha desviada pela nossa atmosfera, conferindo-lhe assim aquele tom vermelho característico.
Boas observações!

Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC) 
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

O céu de Julho de 2015

Num mês com Lua Cheia em dose dupla, podemos iniciar as nossas atividades astronómicas logo na madrugada de dia 2, observando Lua Cheia junto à constelação do Sagitário.

AFigura 1: Céu a sul pelas 2 horas da madrugada de dia 2. Igualmente são visíveis a posição da Lua nas madrugadas de dia 26 e 31 e o radiante da chuva de meteoros das delta Aquaridas.(Imagem adaptada de Stellarium)
No dia 5, a Terra atinge o ponto da sua orbita mais afastada do Sol, o afélio, distando do Sol mais 3,4% do que aquando do periélio (ponto da orbita de maior proximidade ao Sol). Assim, comparativamente a esse instante, a Terra recebe menos 6,5% energia solar. Mas no hemisfério Norte tal é largamente compensado pelo facto de, por esta altura, ele estar voltado na direção do Sol.

Também no dia 5, Plutão encontrar-se-á na direção diametralmente oposta à do Sol, isto é, em oposição. Apesar de uma maior aproximação à Terra, Plutão continuará a não ser visível mesmo com telescópios de pequena dimensão. Esta efeméride ocorre poucos dias antes da passagem da sonda New Horizons (da NASA) a cerca de 10000km de Plutão, prevista para o dia 14. O quarto minguante terá lugar pouco depois do pôr-do-sol de dia 8, mas só o iremos ver quando a Lua nascer pela uma hora da madrugada seguinte ao pé da constelação dos Peixes.

Ao início da noite de dia 12, a Lua já terá passado à beira da estrela Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Nalguns pontos do nordeste asiático será mesmo possível ver a Lua passar à frente desta estrela.

Figura 2: Céu a oeste pelas 22 horas da noite de dia 18. Igualmente é visível a posição da Lua ao início da noite de dia 23.(Imagem adaptada de Stellarium)
A Lua Nova dar-se-á na madrugada de dia 16. Igualmente neste dia, Mercúrio atinge o seu periélio. Por estes dias, tanto Mercúrio como Marte (que está ao seu lado) nascem pouco antes que o Sol, não sendo uma boa altura para observá-los.

Ao início da noite de dia 18, iremos encontrar a Lua na direção de Júpiter, Vénus e da estrela Régulo, o "coração" da constelação do Leão. Aliás a Lua vai passar tão "perto" de Vénus que algumas regiões do sul do Oceano Pacífico irão assistir à ocultação deste planeta.

O quarto crescente terá lugar na madrugada de dia 24, com a constelação da Virgem como pano de fundo. Dois dias depois, a Lua já estará à beira de Saturno, que por estes dias se encontra junto à constelação de Balança, pondo-se pela uma hora e meia da madrugada.

O pico de atividade da chuva de estrelas delta Aquaridas é esperado para dia 28. O seu nome deve-se a que estes meteoros parecem surgir da vizinhança da estrela delta da constelação do Aquário. Trata-se de um evento modesto que, mesmo em condições ideais, não deverá superar os 16 meteoros por hora.

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Este mês termina com uma nova Lua Cheia. Devido ao movimento da terra em torno do Sol, a Lua Cheia de dia 31 dar-se-á na constelação do Capricórnio. Este movimento de translação é igualmente responsável pela aparente deslocação do Sol para leste vista ao longo do ano.

Nos países anglófonos a segunda Lua Cheia do mês é chamada de Blue Moon (Lua Azul). Por se tratar de um evento pouco comum (a próxima terá lugar em Janeiro de 2018) nestes países deu origem à expressão "Once in a blue moon", que numa tradução mais livre pode ser visto como "uma vez a cada Lua Azul"

Boas observações!

Fernando J. G. Pinheiro (CITEUC) 
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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