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|Hélio Bernardo Lopes| |
Ao que tudo faz crer, parece que muitos portugueses, depois de quanto se tem visto ao longo de décadas, ainda continuam a procurar as discotecas noturnas como lugar para passarrm algum tempo sem um ínfimo de utilidade. Apenas deixar passar o tempo, ouvir uma música bem gritada e beber uns copos caros e de grande inutilidade.
Como se conhece bem, não faltam exemplos de terríveis desastres humanos neste tipo de ambientes. Um deles, porém, ficou sempre no meu pensamento: o que teve lugar em Lisboa, no bar Luanda. Era Ministro da Administração Interna, ao tempo, Fernando Gomes, que havia sido líder da autarquia portuense.
Tendo visitado o lugar, Fernnando Gomes de pronto apontou medidas de segurança e controlo ao nível destes lugares, mas a verdade é que pouco se avançou. Desde o seu tempo de governante ao que se lhe seguiu. E hoje, como acaba de se ver e de se poder escutar, lá nos surgiu, mais uma vez, a garantia de que as coisas vão ser revistas e alteradas. Brincando com coisas sérias, bem se poderia exclamar: agora é que vai ser!
Há, pelo meio de toda esta realidade, uma terrível falta de ética política, e também de coragem, porque se recusa perceber esta evidênia forte: estes ambientes, no seu interior ou no exterior, constuem polos com elevada probabilidade de neles surgirem violências diversas, sendo elevada, nesta situação, a probabilidade de ocorrerem mortes ou graves danos à estrutura físca de alguns dos intervenientes.
De modo concomitante, recusa-se aceitar que o controlo da segurança e ordem pública de tais locais, ou sua envolvente, é de extremma dificuldade, sendo duvidoso, sequer, que tenha lugar em condições adequadas. No fundo, deita-se para o cesto dos papeis velhos diitaddos populares bem dignos de registo, como o de que a ocasião faz o ladrão, ou o diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és.
Infelizmente, tudo isto tem lugar quando Portugal se mostra ao mundo conturbado de hoje como um lugar aprazível, com ênfase especial para Lisboa e Porto. Aos poucos e desde há um ou dois meses a esta parte, a imagem de Lisboa vai-se deteriorando. Basta ler as dezenas de referências a uma tal realidade que surgem nas redes sociais existentes em países estrangeiros.
Impõe-se operar, neste domínio, paga pelos estabelecimentos dde diversão noturna, uma monitorização forte por parte das autoridades competentes, desejavelmente coordenadas por um procurador e por alguém conhecedor das essenciais técnicas de mensuração do risco inerente a este tipo de atividades.
De igual modo, falta, por igual, um acompanhamento forte das empresas de segurança, bem como dos que nelas servem como seguranças ou vigilantes. O que se sabe é o que vem a público – falta conhecer o que não segue esta trajetória...–, mas percebe-se que a segurança pública, ou privada, destes espaços é muitíssimo limitada, porventura, fortemente ineficaz. Desta vez, a coisa foi a que pôde ver-se e que, num ápice, levou às medidas mais que naturais e desde há muito. Mas o que não se soube foi o que se passa no restante ambiente do género. Ou seja: falta quase tudo, para mais num país onde tanta gente parece nada perceber, mesmo que a cacete.