Emtrumpitou-se

|Hélio Bernardo Lopes|
A perigosa e beligerante Hillary Clinton, objetivamente, deverá ter-se entrumpitado na noite eleitoral. E é uma pena não se dispor de imagens do seu acompanhamento da progressiva chegada dos resultados eleitorais. 

Quase com toda a certeza, terá sido muito pior que aquele decaimento de Jorge Jesus, num último jogo da Liga com o Porto. Desta vez, depois de uma crise de fúria intempestiva, Hillary terá, quase com toda a certeza, sucumbido no plano nervoso. Objetivamente, entrumpitou-se.

O sonho era grande e já se projetava no horizonte dos próximos dez anos o surgimento da sua própria filha. Uma verdadeira dinastia político-presidencial, prestes a ultrapassar a dos Kennedy e a dos Bush. Talvez por aí venha a surgir Michelle Obama, sobretudo, se Donald Trump não conseguir pôr um limite razoável à entrada de imigrantes, tal como se tem operado na famigerada União Europeia. A própria Igreja Católica fez ouvidos moucos à proposta do Papa Francisco de que cada paróquia recebesse uma família. Ideias e palavras bonitas, mas sempre cabalmente inconsequentes.

É interessante constatar o estado moral a que chegou a nossa grande comunicação social, de parceria com boa parte dos mil e um convidados que carreia para os seus estúdios. Depois de alimentar deturpações e inverdades de todo o tipo ao longo da campanha eleitoral – Hillary era uma maravilha, Donald um Diabo –, surge agora o golo do conforto: Hillary teve, ao menos, mais cento e quarenta mil votos que Trump! Depois de terem exposto à saciedade que não era o número de votos que decidia, sim o de grandes eleitores, eis que deitam agora mão deste dado consolador: Hillary até ganhou nos votos, só que o raio do sistema eleitoral – era, até aqui, uma maravilha – estragou tudo! A grande comunicação social livre...

Para já, porém, estes resultados permitiram evitar uma guerra levada à Rússia pelos Estados Unidos, como ontem mesmo a eurodeputada Mariza Matias expôs na sua presença em certo programa da TVI 24. Desde que Vladimir Putin se determinou a retirar a Rússia da posição lacaia em que Gorbachev e Yeltsin a deixaram, que passou a ser dado para morte pelos Estados Unidos. Muito em especial por parte de Barack Obama, que tudo foi fazendo para fazer surgir essa guerra. Uma guerra que poderia vir a degenerar, em curto espaço de tempo, numa outra guerra mundial, certamente com o recurso a armas nucleares, e onde tem sido um suporte fundamental a grande comunicação social dita livre no Ocidente, para quem a Rússia é sempre má e mal faz, ao passo que os Estados Unidos, mesmo quando procedem mal, são bons. E por isto eu fiquei muito satisfeito e com a coragem de Jaime Nogueira Pinto na conversa de há dias com Nuno Severiano Teixeira, quando referiu que o caso da Crimeia não era um problema, dado que para ele – Jaime – a Crimeia era – foi sempre – russa. Num país com políticos e jornalistas sempre de cócoras perante quem possui algum poder, ter a coragem de dizer isto é uma singularidade que merece ser louvada.

Depois as mil e uma considerações sobre Donald Trump, coisa deveras singular no mundo e desde sempre. Mesmo coisa nunca vista. Afinal, a sua vitória só pode ter uma explicação: os grandes Estados norte-americanos têm uma franca maioria de gente estúpida e imbecil. Para lá desta realidade evidente: com tudo isto a ser hipoteticamente verdade e com todas aas inacreditáveis ajudas de Obama, Michelle e Biden, pois nem assim Hillary lá chegou.

Um dado há, porém, que intriga: o pedido de Barack Obama a Donald Trump para que não sejam operadas perseguições a Hillary e aos derrotados. Ou seja, Obama reconhece que, nos Estados Unidos, isto seria possível, sendo que alguma coisa, com toda a certeza, poderia vir a encontrar-se... Tenho pena de que não venham a ser esclarecidas as origens do dinheiro da Fundação Bill Clinton. E os jornalistas norte-americanos? Deixam passar estas situações? Então a lei, os dinheiros públicos e outros de origem mais que duvidosa? Bom, caro leitor, é o Estado de Direito Democrático nos Estados Unidos, onde há cidadãos que, mesmo perante dúvidas fortes, não são averiguados. A maravilha norte-americana...

Veremos agora o que, de facto, fará Donald Trump, sendo que ser patriota e colocar os interesses norte-americanos primeiro não pode ser um defeito a assacar-lhe. É claro que a fragilidade europeia diz o contrário, com tudo a ser vendido a pataco e com a generalidade da população a ter de pagar os desmandos dos banqueiros e da classe política. E ser nacionalista também não se constitui em nada de errado, porque ser aberto e apregoar a igualdade entre povos e Estados é excelente, mas se às escondidas se estabelecerem acordos preferenciais contra os restantes Estados. De resto, Estados que ficam calados sem sequer esboçarem um protesto. Isto sim, o bom do Donald não tem capacidade para fazer. Nem o Donald, nem o Putin, nem o líder chinês. Uns malandros. Depois, diz-se que Donald é xenófobo, mas a grande verdade é que a União Europeia, os seus políticos e boa parte dos seus povos faz com os refugiados o que se tem vindo a ver. E tudo nas calmas democráticas modernistas. Até os massacres sem fim no Iémen, suportados pela Arábia Saudita e pelos Estados Unidos, continuam sem sequer ser noticiados. É a democracia, mas a verdadeira, a que não é apregoada por Trump.

No entretanto, a situação dos Marines norte-americanos parece não estar em melhor situação que a dos nossos Comandos. Só este ano já morreram quase cento e cinquenta. Sucedem-se os desaires. E tudo isto ao ponto do seu chefe de estado-maior mandar para todas as ações durante um dia, a fim de se estudar a situação e tentar perceber o que se passa. Se eu pudesse falar-lhe, dir-lhe-ia que revisse o filme OFICIAL E CAVALHEIRO, e que a resposta é simples: aquilo enlouquece quem se lhe submete, seja no treino, seja na guerra, seja depois desta.

Enfim, para já não iremos ter a guerra dos Estados Unidos contra a Rússia, que vinham sendo preparada pelo pombo Obama e que iria ser materializada pela pomba Hillary, a ficar conhecida, no futuro, como a Dama de Titânio. E assim terão os católicos romanos de esperar por nova oportunidade na guerra de sempre contra os católicos ortodoxos. Para já...

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