Extremos

|Hélio Bernardo Lopes|
Todos os portugueses atentos sabem bem que a sociedade portuguesa é uma sociedade de extremos. Sendo isto uma realidade, os seus efeitos podem bem tornar-se deveras malignos se tal caraterística se manifestar em domínios essenciais, como os do funcionamento dos Sistemas Político e de Justiça.

Ora, uma destas manifestações típicas de uma sociedade de extremos é o que se prende com os casos que envolveram dois concidadãos nossos: Ruben Cavaco e Rosalina Ribeiro. O primeiro por via de uma rixa com dois jovens iraquianos, de que resultou o estado grave do português, e a segunda por via do seu homicídio no Brasil.

Acontece que este caso dura há anos, sem que as mais diversas autoridades portuguesas alguma vez se tenham preocupado com a necessidade de que tenha lugar a celeridade processual do mesmo. A grande comunicação social, naturalmente e como é seu hábito, nunca mais questionou quem quer que fosse sobre o ponto que se encontra o homicídio de uma cidadã portuguesa.

Em contrapartida, sobre o caso do jovem Ruben Cavaco, que não se constituiu num homicídio, de pronto se construiu um fantástico alarido social, com as nossas autoridades a logo solicitarem celeridade na resposta das suas congéneres iraquianas. Dois casos muito distintos, mas que mostram o modo extremo que situa o tratamento das duas situações. Imagine o leitor que o Governo do Iraque se determine a levar o mesmo tempo que as autoridades judiciárias do Brasil. Consegue imaginar o que surgiria, dia após dia, na nossa grande comunicação social? Furacão? Qual furacão, muito mais e imensamente pior!!

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