Pela primeira vez, uma equipa internacional de cientistas liderada por Susana Rodríguez-Echeverría, do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), identificou e quantificou a diversidade de microrganismos do solo presentes nas diferentes paisagens do Parque Nacional da Gorongosa (PNG), em Moçambique, considerado um dos lugares de maior biodiversidade de África.
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Os fungos micorrízicos são fungos que têm uma associação mutualista com as raízes, isto é, criam uma relação vantajosa para ambas as partes, fornecendo nutrientes para o crescimento das plantas e protegendo-as, por exemplo, de pragas.
Estes fungos estão, portanto, na base do funcionamento de qualquer ecossistema terrestre. Ajudam ao estabelecimento e crescimento das plantas e à produção de sementes que são fundamentais para a manutenção e regeneração da vegetação.
Ao longo dos últimos três anos, os investigadores recolheram e analisaram amostras do solo dos diferentes tipos de paisagens mais representativas do PNG, entre as quais pradaria, savana e florestas densas, tendo concluído que existe uma alta diversidade de fungos micorrízicos no solo e que, ao contrário do que a comunidade científica pensava, cada paisagem tem uma comunidade de fungos própria, sendo que a diversidade de microrganismos nas florestas é muito maior que na pradaria ou savana.
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«A informação obtida no nosso estudo é mais uma importante peça para o complexo puzzle da biodiversidade do PNG, contribuindo para uma gestão informada e esclarecida por forma a garantir a sustentabilidade global dos ecossistemas do Parque», conclui a investigadora da FCTUC.
O estudo , publicado na New Phytologist, revista científica da área da ecologia em ciências vegetais, doi: 10.1111/nph.14122 , abre caminho para perceber como se relacionam as diferentes comunidades de fungos micorrízicos e os fatores que afetam a sua distribuição e diversidade no “mosaico” de paisagens do Parque Nacional da Gorongosa. A equipa pretende ainda estudar as 22 novas espécies de fungos descobertas ao longo do trabalho.
Cristina Pinto (Assessoria de Imprensa - Universidade de Coimbra)
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva