À cautela

|Hélio Bernardo Lopes|
Num dia destes, tive a oportunidade de escrever o texto, SIMPLESMENTE LAMENTÁVEL, onde chamei a atenção de Vítor Constâncio para o seu erro de manter a determinação de não responder às perguntas da Comissão de Inquérito Parlamentar ao caso BANIF, para tal deitando mão do facto de apenas ter de responder perante o Parlamento Europeu, uma vez que é Vice-Presidente do Banco Central Europeu.

Como pude escrever, esta posição de Vítor Constâncio era insustentável, dado que sendo português tem de responder sempre, nos termos da lei portuguesa, às matérias em que possa estar envolvido e para cujo conteúdo tenha sido solicitado.

Acontece que Constâncio é também um dos dirigentes de topo do Banco Central Europeu, pelo também tem por aí as suas limitações. Sendo um órgão da União Europeia, Vítor Constâncio poderá sempre invocar esta última condição quando o tema das perguntas resvalar para a área de decisão daquele organismo europeu.

Não sei se Vítor Constâncio teve acesso àquele meu texto, mas não duvido de que amigos seus, ou meros conhecidos, o terão aconselhado a seguir o caminho agora por si noticiado. É, como facilmente se percebe, o caminho mais seguro, permitindo evitar aborrecimentos de maior.

Por fim, esta realidade: para as matérias sobre que só possa responder perante o Parlamento Europeu, os eurodeputados portugueses devem perseverar no sentido de que tais perguntas lhe venham a ser colocadas, sob pena de passarmos a ter ainda mais razões de cansaço com esta famigerada União Europeia.


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