No seguimento de uma diretiva da Administração da ULS NE, no passado dia 1 de julho, o Serviço
de Urgência Básica da Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros ficou privado do apoio do
Serviço de Medicina Interna.
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Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros opõe-se à retirada da assistência da Medicina Interna à Urgência |
A Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros já reagiu a mais esta perda de serviços essenciais de saúde e em comunicado enviado à comunicação social diz-se "
indignada e estupefacta com esta decisão da ULS NE.
Não só por ela significar a perda de um serviço essencial prestado à população, como também
por, em momento algum, a Administração da ULS NE ter consultado a Câmara Municipal acerca
de uma decisão desta amplitude".
Segundo os responsáveis pela autarquia macedense está é uma "
situação incompreensível porque desde sempre a Câmara Municipal, particularmente o seu
Presidente, demonstrou abertura para com a Administração da ULS NE, bem exemplificada pela
colaboração mantida quando, junto dos responsáveis do Ministério da Saúde, foi explicada a
injustiça sentida com a atribuição do anterior valor da capitação.
É com toda a estranheza que nos deparamos com esta deslealdade por verificarmos uma atuação
da ULS NE claramente oposta às garantias que o Presidente do seu Conselho de Administração
sempre nos foi transmitindo".
No mesmo comunicado afirma-se que "
a perda do apoio da Medicina Interna ao Serviço de Urgência Básica é uma afronta à população
de Macedo de Cavaleiros e aos concelhos limítrofes que são servidos por este serviço.
É também uma medida que contraria as recomendações da Entidade Reguladora da Saúde que
no seu “Estudo para a Carta Hospitalar” indica: «Nos Serviços de Urgência (SU) a primeira linha
do atendimento deve ser assegurada por internistas experientes, por forma a garantir-se melhor
qualidade nas decisões, menores gastos em MCD e evitarem-se referenciações desnecessárias
(…)»".
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Não aceitamos também esta decisão porque o Serviço de Medicina Interna é essencial. Os
números comprovam-no: nos 6 primeiros meses de 2014 foram atendidos pela Medicina Interna
1406 pessoas, das quais 451 foram internadas na Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros", afirma-se no comunicado.
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Quer com esta medida, a ULS NE persistir na centralização de serviços em Bragança, nem que tal
signifique mais custos, abdicando de um local onde os serviços são prestados com qualidade e
proximidade e abandonando ainda mais as populações?
Não consegue entender a ULS NE que com esta medida os custos ao nível do transporte de
doentes aumentarão? Que, sendo idosas a larga maioria das pessoas que acorrem às urgências,
andar com elas de um lado para o outro contraria o reforço da prestação de cuidados de saúde de
qualidade e proximidade aos utentes?
É inentendível que havendo atualmente escala de médicos internistas para o SUB de Macedo, os
mesmos estejam proibidos de cumprir essa mesma escala, de acordo com a orientação da ULS
NE", interrogam os responsáveis autárquicos.
Segundo o entendimento do da autarquia de Macedo de Cavleiros, "
isto significa que caso um doente internado seja acometido por um enfarte, o médico internista
pode naturalmente acudi-lo. Mas se ocorrência semelhante se verificar com outro utente que
recorra ao Serviço de Urgência, já não poderá ser socorrido pelo mesmo médico internista.
O que nós entendemos é que, sendo os internamentos na Unidade Hospitalar de Macedo de
Cavaleiros oriundos da sua urgência, tal significa a curto prazo um esvaziamento dos
internamentos, resultando numa eliminação dos mesmos. Mais encurtará o prazo, quando
acrescentamos a curiosa coincidência de, no mesmo dia, no fim da semana passada, terem
ocorrido 15 altas no internamento, despachadas por uma só médica internista.
Estes e outros factos dão corpo a uma estratégia, que ganha agora contornos surreais, que
pretende o aniquilamento da Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros.
Como já foi comunicado pela Câmara Municipal ao próprio Presidente do Conselho de
Administração da ULS NE, jamais consentiremos tal pretensão, tal como o não consentirão as
populações abrangidas por esta Unidade Hospitalar".