Exposição recorda tragédia causada pelo rebentamento de uma barragem

Foi inaugurada no passado domingo (22 de Janeiro pelas 11h30), no Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa, a exposicão "Ribadelago, a morte de uma aldeia", propriedade da Asociación Hijos de Ribadelago, acto que contou com numerosa assistência e que estará patente ao público até ao próximo dia 19 de Fevereiro, altura em que passará a estar disponível para continuar o seu périplo por Portugal, sem custos, bastando para o efeito contactar os organizadores [Carlos d’Abreu (abreu@usal.es) ou José Rodríguez Ballesteros (galendeabogado@gmail.com)].

Ribadelago, aldeia da comarca de Sanábria (vizinha do concelho de Bragança), fundada na Alta Idade Média próximo do belo lago glaciar, desapareceu do mapa numa madrugada do mês de Janeiro de 1959, arrastada por uma tromba de água proveniente do rebentamento do paredão da barragem hidroeléctrica de Vega de Tera, inaugurada cerca de 3 anos antes.

Na tragédia, pereceram 144 dos seus 549 habitantes -dos quais somente se recuperaram 28 cadáveres-, 60% das casas foram arrasadas e morreram 1.500 animais.

Foi a aldeia reconstruída, num outro local, a que o ditador Franco chamou “Ribadelago de Franco”, hoje “Ribadelago Nuevo”.

Esta exposição pretende homenagear as vítimas dessa tragédia e contribuir para não deixar cair no esquecimento, a dívida que o povo de Espanha tem para com estes sanabreses, nossos vizinhos raianos e irmãos no infortúnio, num momento em que o Douro Transmontano é alvo da soberba humana na questão do Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico.
Texto: Carlos d’Abreu; Fotos de Paula e Sofia Machado

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