A Cruz que ilumina os jovens, símbolo do amor de Cristo pela Humanidade, que João Paulo II legou aos jovens em Roma no ano Santo da Redenção (1983/84) e que percorreu o ano passado a nossa diocese de Bragança - Miranda, esteve em Madrid na XXVI Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Esse grande Encontro de Jovens com o Papa, e, que se realizou este ano sob o tema “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé”, reuniu em Madrid mais de um milhão de jovens vindos de todos os cantos do mundo para celebrar na Alegria, a Fé que une os povos, reiterando a certeza de que Deus nos ama e vem ao nosso Encontro!
Os Jovens MIC (Marianos da Imaculada Conceição-Balsamão – Macedo de Cavaleiros) de 15 a 22 de Agosto foram peregrinos nesta Jornada com a participação de 53 jovens, também estes oriundos de vários cantos do País. A missa de envio no Santuário de Balsamão, presidida por D. António Montes, administrador apostólico da Diocese de Bragança – Miranda, marcava o início da peregrinação destes jovens em representação da diocese. Nela o Sr. Bispo lembrava que deve ser Cristo o centro da JMJ e, principalmente, o centro das nossas vidas. No final da Eucaristia, cada um dos peregrinos foi chamado, um a um, pessoalmente, pelo seu próprio nome, para receber a investidura do peregrino da JMJ e entrega do kit português de peregrino. Esse chamamento pessoal converteu-se, de seguida, num chamamento colectivo, para a tradicional foto de grupo e para o embarque no autocarro, rumo a Madrid.
A viagem a Madrid, no sentido lato, passou por localidades diversas ao longo do caminho, como Ávila, Segóvia, Valle de los Caídos, assim como de regresso Toledo e Salamanca, que serviu para contemplar monumentos naturais e da engenharia humana, frutos da inspiração divina, e fortalecer o espírito de grupo e o enriquecimento cultural e espiritual. Estava feito o mote para uma chegada festiva a Madrid, capital do mundo naqueles dias, e uma recepção calorosa e gratificante no espaço onde o grupo foi tão bem acolhido, o colégio salesiano do Estrecho.
O programa proposto pela organização da JMJ aos seus participantes consistia, grosso modo, durante a manhã, em catequeses e sacramentos de eucaristia e reconciliação, celebrados pelos bispos de todo o mundo presentes, bem como pelos sacerdotes que acompanhavam os grupos dos peregrinos. A língua portuguesa encontrava-se representada por vários pontos da cidade, permitindo a todos os lusófonos um maior acolhimento e entendimento da doutrina e da liturgia. Durante a tarde, a cultura invadia a cidade, oferecendo aos mais recentes hóspedes, um conjunto de actividades, exposições, concertos, passeios urbanos que se tornou numa forma didáctica e gratuita de dar a conhecer a capital europeia ao milhão de peregrinos. Na praça Cibeles, o centro nevrálgico de Madrid, o final de tarde apresenta uma proposta de liturgia comum para todos os peregrinos, que se iniciou com a Missa de inauguração da JMJ e culminou com a Via-Sacra, presidida pelo Santo Padre, Bento XVI.
A presença portuguesa nas JMJ fez-se notar com mais de 13 mil jovens, que encheram na quinta-feira, dia 18, o Madrid Arena, um moderno complexo desportivo da cidade, para o encontro nacional, com o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, e bispos presentes. A preparação do encontro decorreu ao longo da noite da véspera, e depois, durante a manhã do encontro, contando com a colaboração de 300 jovens voluntários portugueses, entre eles os jovens MIC.
Foi também nesse dia 18 que o Papa Bento XVI chegou a Madrid para cumprir o programa oficial da JMJ que incluía encontros com seminaristas, religiosos, professores, a via sacra… mas o grande encontro do Santo Padre com os jovens, aconteceu nos dia 20 e 21 em Cuatro Vientos, o aeródromo que foi o palco das grandes celebrações. Ali um milhão e meio de jovens peregrinos vencia dificuldades, como o calor, a falta de água, a falta de espaço, para juntos celebrar com entusiasmo e alegria, a festa da Fé, não uma Fé vã, mas uma Fé vivida e partilhada como o provou o grande momento de adoração do Santíssimo onde um silêncio revelador, partilhado por uma multidão de jovens fazia ecoar nos corações o júbilo e a Alegria de Deus connosco e em nós!
Como referia o cardeal Rouco Varela, arcebispo de Madrid, “Com esta JMJ, ficou claro que a vida se converte numa oferenda repleta de sentido e alegria quando se vive a partir dos valores que os jovens demonstraram”, reiteramos as suas palavras e queremos que esta experiencia transformadora, vivida na JMJ seja também e sobretudo, a festa que nunca acaba, no louvor, na partilha e no testemunho.
Texto: Eduardo Novo, Susana Magalhães