Uma caveira a simbolizar a «morte» do Douro e um caixão foram os símbolos utilizados pelos pequenos e médios agricultores da região do Douro para expressarem o seu desespero face às actuais circunstâncias e limitações que se vivem na região.
Cerca de um milhar de pessoas manifestaram-se ontem na Régua |
Durante a manhã do último dia de Agosto de 2011, e em resposta a uma chamada da Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro (AVIDOURO), juntaram-se pequenos e médios produtores durienses que iniciaram a manifestação contra o corte no benefício com uma caminhada pelas principais artérias da cidade da Régua.
Durante a manifestação foram ainda derramadas algumas quantidades de uvas e de vinho, em protesto contra os limites impostos à produção de Vinho do Porto. A redução de 25 mil pipas na produção decretada para a vindima deste ano foi o motivo da manifestação. O grupo de vitivinicultores protestava contra a quebra de benefício, reivindicava também o aumento do preço do vinho pago ao produtor.
A dirigente da Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro (AVIDOURO), responsável pela organização do protesto, tentou acalmar os ânimos dos participantes, mas não calou a indignação de centenas de homens e mulheres que trabalham a região classificada como Património da Humanidade, e que estão descontentes com a forma como esse trabalho é compensado.
Também o comércio e a produção do Douro defenderam uma alteração à lei orgânica do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) e a sua transformação numa entidade "privada de carácter público" sem interferência do ciclo político.
Pela primeira vez as duas principais actividades da Região Demarcada do Douro, o comércio e a produção, assinaram um comunicado conjunto.