A. M. Pires Cabral vence o Grande Prémio de Conto da APE

O grande prémio de Conto "Camilo Castelo branco" C. M. de Vila Nova de Famalicão/APE distinguiu este ano o escritor transmontano A. M. Pires Cabral.

A.M. Pires Cabral
“O Porco de Erimanto” foi a obra escolhida por um júri constituído por Afonso Cruz, José António Gomes e Serafina Martins, com a coordenação de Fernando Miguel Bernardes, que reunidos na Sede da Associação APE, decidiu por unanimidade atribuir o galardão ao livro de A. M. Pires de Cabral.

O livro “O Porco de Erimanto” surgiu nas livrarias no ano de 2010 com a chancela de editora Cotovia.

Nesta obra recente de A. M. Pires Cabral “O júri valorizou a arquitectura dos enredos, a capacidade de jogar com a perspectiva do narrador, a diversidade dos registos linguísticos (do erudito ao mais coloquial e até ao escatológico) e o trabalho de apuro estilístico do texto. A exploração do absurdo e o sentido de humor constituem dois outros traços marcantes de uma colectânea que se distingue pela sua unidade e equilíbrio internos e pela cultura literária evidenciada pelo Autor”, lê-se no comunicado de imprensa da Associação Portuguesa de autores (APE).

O Prémio, no valor é de 7.500 euros, já distinguiu escritores como Mário de Carvalho, Luísa Costa Gomes, José Jorge Letria, Gonçalo M. Tavares e Afonso Cruz. Foi instituído pela Associação Portuguesa de Escritores e tem o patrocínio da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão.

A.M. Pires Cabral nasceu em Chacim (Macedo de Cavaleiros) em 1941. Estudou em Coimbra, foi professor do Ensino Secundário em Vila Real, animador cultural e co-organizador das Jornadas Camilianas. Publicou poesia, teatro, romance, conto, ensaio e crítica. Ganhou o Prémio Círculo de Leitores e o Prémio D. Diniz, da Fundação da Casa de Mateus, com o livro de poesia Douro: pizzicato e chula.

Sinopse do livro
“O Porco de Erimanto” - 2010
“Um coração doente é o melhor tesouro que um homem pode ambicionar. Bem sei que eles acham que não. Ainda ontem esteve um deles a falar na televisão: que estamos em Maio, que Maio é o mês do coração, que é preciso olharmos pelo coração, vigiar o peso, fazer exercício, não fumar… Tretas! O que eles querem dessa forma é despojar-nos de uma das nossas maiores riquezas, que é a morte rápida, oportuna e inopinada, provocada por um enfarte, para nos entregar de mão beijada à morte lenta, preenchida de dores, provocada por algum cancro ou coisa assim. Ou, se calhar ainda pior, à vida puramente vegetativa do mal de Alzheimer. Achas que ganhamos com a troca? Hã? Quem aceitará morrer às dentadas de um cão rafeiro, podendo morrer arrebatado por uma águia-real? A.M. Pires Cabral”.

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