Se tivéssemos que resumir numa mensagem o desafio atual da alimentação saudável, esta seria “coma mais alimentos de origem vegetal”. Conheça os motivos para aderir, mesmo sem ter que se tornar vegetariano!
A Roda dos Alimentos, o nosso guia alimentar nacional, recomenda que os alimentos de origem vegetal deveriam representar mais de 75% do peso total diário. Aqui incluímos os hortofrutícolas, os cereais, os tubérculos, as leguminosas frescas e secas. Contudo, os dados mais recentes da Balança Alimentar Portuguesa contam que somente os cereais são consumidos na quantidade recomendada e que os restantes vegetais ficam muito aquém das nossas necessidades diárias.
Hortaliças, legumes e fruta – as estrelas da constelação!
O que são hortícolas/legumes? São exemplos de hortícolas a alface, agrião, tomate, pepino, beterraba, cebola, alho, cogumelos, espinafres, abóbora, cenoura, brócolos, couve portuguesa, nabo, grelos e curgetes. A batata não faz parte deste conjunto de vegetais.
Comer poucas hortaliças, legumes e fruta constitui uma ameaça à saúde – tanto para os mais pequenos como para os adultos. Quem o diz é a Organização Mundial de Saúde (OMS), que afirma que o baixo consumo deste grupo de alimentos é responsável pela perda de muitas vidas (cerca de 2,7 milhões de pessoas por ano).
Pelos motivos apresentado a OMS recomenda o consumo de pelo menos 400g de hortaliças, legumes e fruta por dia, ou seja, cerca de 5 porções de hortofrutícolas diariamente.
Um coquetel de substâncias nutritivas e protectoras
Estes vegetais contêm pouca energia e muita fibra alimentar, ajudam-nos a controlar o apetite, pelo que são ferramentas importantes no controlo do excesso de peso. São também uma fonte insubstituível de vitaminas e minerais essenciais reguladores do nosso metabolismo e fornecem-nos ainda importantes substâncias, os chamados fitoquímicos.
Ao contrário do que muitas vezes se afirma a fruta também é um alimento indicado para as pessoas com excesso de peso ou diabéticas. Apesar de ser naturalmente rica em açúcar, estes alimentos apresentam um baixo índice glicémico, ou seja, eleva lentamente os níveis de açúcar no sangue sem esforçar o pâncreas, ao contrário do que acontece com o açúcar de mesa e como todos os alimentos aos quais este foi adicionado, cujo consumo deve ser limitado (doces, bolos e refrigerantes).
Em Portugal, à semelhança de outros Países, já existem campanhas de promoção do consumo de hortofrutícolas. Para além da campanha de alguns mercados locais, de produtores de fruta, existe ainda uma cadeia de hipermercados que respeita na íntegra as recomendações da OMS. Em plena loja é possível encontrar informação sobre a “Prova dos cinco”, através de cartazes, folhetos e da embalagem de produtos. Outra opção são as ações de sensibilização individuais (através do aconselhamento nutricional realizado por nutricionistas) e em grupos, para Escolas e outras entidades. Com tanta informação disponível, não há razão para não comer vegetais!
Nutricionista: Vitor Dauphinet