Hubert Reeves, astrofísico nascido em 1932 na cidade de Montreal, no Canadá, tem-se destacado como um dos mais prolíficos e populares divulgadores de astronomia e astrofísica a nível mundial. Com mais de uma dezena de livros de divulgação científica publicados em diversos países, que alcançaram muito sucesso, Reeves destaca-se pela sua escrita translúcida e acessível, mas que mantém o rigor científico, escrita pautada com um estilo poético que o caracteriza e que, por isso, é por muitos considerado como o “Poeta do Espaço”.
Entre nós, as obras de Hubert Reeves têm sido publicadas pela editora Gradiva, principalmente na sua prestigiada colecção “Ciência Aberta”. O primeiro, “Um pouco mais de Azul”, publicado em 1983, foi logo o número 2 desta colecção. O leitor encontra na “Ciência Aberta” os outros títulos deste autor, cuja leitura continua sempre interessante e actual.
E, neste último mês de Julho, foi publicado o mais recente livro deste cativante astrofísico: tem por título “O Banco do Tempo que Passa – Meditações Cósmicas”, e é o número 228 da colecção “Ciência Aberta” da Gradiva.
Com tradução de Tiago Marques e revisão científica de Carlos Fiolhais, este novo livro de Hubert Reeves é destinado a todos os que se questionam sobre a natureza do Universo, sobre as questões imemoriais e primordiais da Humanidade, sobre as novas questões que o conhecimento científico tem feito desabrochar, sobre as questões que ainda não têm resposta e que nos inquietam. Como escreve Hubert Reeves no Preâmbulo, “este livro destina-se a todos os que se interrogam sobre o grande mistério da realidade na qual o nascimento nos pôs a viver durante algum tempo”. É um livro para todos.
Ao longo de 336 páginas, Hubert Reeves partilha connosco as suas reflexões e a sua visão do Universo em que coabitamos e convida-nos a participar nesta aventura Humana que é a de sermos capazes de nos interrogar sobre a nossa própria existência, sobre as nossas origens e o nosso destino.
Com uma liberdade de pensamento genuína e livre de preconceitos, mantendo uma consciência lúcida sobre a incompletude do conhecimento científico e o papel crucial da dúvida, do erro e da incerteza na ciência, com uma humildade que advém da consciência da ainda muita ignorância que detemos sobre como o Universo “funciona”, Reeves reflecte connosco sobre a existência de Deus, sobre a necessidade de humanizar a Humanidade, sobre as alterações climáticas, sobre a evolução do Universo desde o Big Bang até ao aparecimento da consciência neste planeta azul, sobre o papel do acaso na evolução e no aumento da complexidade do Universo, entre muitos outros assuntos com que todos somos confrontados ao longo da nossa viagem pela vida.
Carlos Fiolhais escreve que este “é o livro dos livros de Reeves: uma súmula dos seus pensamentos sobre o Universo e sobre nós próprios”. E é, de facto, um privilégio podermos partilhar com o Hubert Reeves o seu conhecimento e cultura, o seu fascínio pela música e outras formas de arte que são, segundo o astrofísico, as expressões mais maravilhosas da evolução da vida no nosso planeta.
Sentemo-nos com Hubert Reeves neste seu “Banco do Tempo que Passa” e enriqueçamo-nos com os diálogos que ele estabelece com o leitor. Um livro para ler e reler ao acaso da nossa liberdade de escolha e interesse.
António Piedade
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
Novo livro do “Poeta do Espaço”
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Ciência & Tecnologia
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segunda-feira, 27 de agosto de 2018
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