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Foto- Créditos: Município de Carrazeda de Ansiães |
A festa dos Robertos que empolgava Luísa Dacosta nos seus tempos de criança é recreada pela Filandorra numa performance lúdica e estética em que atores/animadores/manipuladores e público compõem a palavra Robertices a partir das dez letras do abecedário, também elas “robertos” de madeira nas mãos do público que assiste sentado no chão em grandes lonas de pano-cru, organizando uma plateia “à moda antiga”.
“O freguês caloteiro” que a autora fixou em texto dramático na obra Robertices é a primeira história popular a apresentar, e conta a história de um freguês que vai ao barbeiro, corta o cabelo e faz a barba mas não quer pagar… grande confusão e eis que entram a ação as “pauladas” características do teatro robertos que “sonavam” de forma hilariante na cabeça de pau do freguês e faziam rir a “bandeiras despregadas”. O segundo texto a apresentar é a tradicional história da Carochinha… que na versão de Luísa Dacosta ganha um cunho transmontano com a introdução de animais característicos da região como o burro, o porco, o cão, o gato, entre outros.
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A sessão de encerramento do projeto decorre no dia 12 de Maio a partir das 10h30, em pleno centro histórico - Largo do Pelourinho, numa sessão que pretende ser de “encontro” e festa das famílias (avós, filhos e netos) e turistas que nos visitam.
Com este projeto, a Filandorra homenageia a escritora vilarealense Luísa Dacosta, que nas primeiras páginas de "Robertices" recorda esta tradição popular dos espetáculos de rua: “No tempo em que havia tempo para ter tempo e um dia sem escola podia ser uma eternidade, a festa eram os robertos. Debruçados do varandim de estopa da barraquinha faziam momices com as suas cabeças de pau, sem rosto, vestidos com balandrauzinhos de chitas, que escondiam as mãos dos bonecreiros, que os agitavam, os desfaziam em vénias ou lhes socavam o pau das cabeças rijas! Tão depressa eram toureiros, barbeiros desesperados com fregueses de bolsos vazios, como princesas magalonas, cavaleiros, o próprio demo, o que fosse”.