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|Hélio Bernardo Lopes| |
Tudo isto acompanhado, correlativamente, com a ausência das perguntas que seriam lógicas por parte dos jornalistas. Infelizmente para a generalidade dos portugueses, quase todos estes fingem não se lembrar de colocar as lógicas e expectáveis questões realmente pertinentes para a nossa população.
Como pude já escrever, logo desde o início das funções do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa pude perceber, por via do sonoro elogio que fez ao ministro Adalberto Campos Fernandes, que este teria em mente, precisamente, pôr um fim no histórico Serviço Nacional de Saúde universal e tendencialmente gratuito. Uma estrutura que começou até por ser universal e gratuita, mas que acabou por o ser só tendencialmente por via do apoio público e forte do PS, mormente através das explicações sem lógica do falecido António de Almeida Santos.
Já não custa agora perceber que o PS, com o claro beneplácito do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, naturalmente aqui apoiado por toda a Direita, sobretudo o PSD de Rui Rio, se prepara para pôr um fim numa das mais importantes estruturas surgidas por via da Revolução de 25 de Abril. Uma estrutura que agora irá deixar a generalidade dos portugueses à beira da situação dolorosa de não poderem tentar salvar a vida se não dispuserem de dinheiro para pagar os essenciais cuidados de saúde. O PS o trouxe e o PS lhe vai impor o seu fim. Um fim verdadeiramente inglório, que acabará por potenciar, como sempre pensei e exprimi, o surgimento da eutanásia. Talvez por ser esta a realidade é tão grande a azáfama em dar corpo à legalização da eutanásia. Já dizia um velho ditado popular digno de registo: abril águas mil, que bem cabem num funil.
A culminar esta decisão há muito desejada pela Direita e também tomada por este Governo do PS de António Costa, aí nos surgiu mais uma comissão de 44 concidadãos nossos, em geral conservadores, católicos e da Direita, com uma nova proposta de lei de bases da saúde. Mais um apoio ao que desde sempre se terá percebido que viria a ser o resultado do trabalho pedido a Maria de Belém. Se o pedido foi feito a Maria de Belém, não custa perceber o resultado final e com elevada probabilidade de acertar...
Por fim, malgrado o excelente trabalho de António Arnaut e João Semedo, o concomitante silêncio do primeiro, tendo presente o que já se percebeu estar o Governo a preparar: o fim do Serviço Nacional de Saúde universal e tendencialmente gratuito, infelizmente pela mão política do PS de António Costa. É, indiscutivelmente, o inverso de quanto, neste domínio, o PS de António Costa havia prometido aos portugueses. Seguir-se-á, logo que possível, o desmantelamento do Sistema Educativo e, mais tarde, o próprio sistema de reformas. É a política de Passos e Portas, mas com outra roupagem. Uma triste sina, esta que tem sido, desde há décadas, a do PS: abrir as portas à Direita e aos grandes interesses. Lá por fora já são visíveis os resultados dos congéneres do PS: desapareceram.