Modernismos perigosos

|Hélio Bernardo Lopes|
Se o mundo destes dias não estivesse a mostrar-nos terríveis perigos para a Paz e para o próprio futuro do Planeta, a situação que se vive bem mereceria uma excelente sucessão de gargalhadas, tal é a sequência de asneiras que se vão constantemente praticando. 

Desta vez, aí nos surgiu mais um essencialíssimo tema da nossa comunidade, sentido por milhões de famílias portuguesas – é o momento da gargalhada –, ao redor dos jovens terem a possibilidade mudar de género e de nome, no seu cartão de cidadão, aos 16 anos de idade. Uma verdadeira conquista, se tal ideia vier a fazer vencimento...

Esta decisão, no momento atual, só é permitida aos maiores de 18 anos, o que, em minha opinião, comporta ainda um risco em termos de consciência decisória. Aos 16 anos, porém, tal ideia ultrapassa cabalmente o que a generalidade da nossa comunidade conhece sobre a capacidade de decisão de quem tem essa idade.

Tal como muito bem salientou o deputado Carlos Abreu Amorim, esta matéria não envolve qualquer aspeto que se prenda com liberdade de consciência. Mas a ideia política que lhe subjaz, embora porventura sem o pretender, acaba por constituir-se num programa de desconstrução social. Mesmo que derivado apenas de um ato potenciador de mais liberdade em termos absolutos, ainda que a qualquer custo.

Esta nova proposta de diploma, que irá ser tratada na Assembleia da República na próxima sexta-feira, pretende permitir que maiores de 16 anos possam mudar de nome e de género no cartão de cidadão. Tenho para mim que se trata de algo verdadeiramente fora de toda a lógica subjacente ao que se conhece da vida corrente.

É interessante constatar que o PCP, muito provavelmente, não irá embarcar nesta ideia sem grande lógica. Infelizmente, o PS, até o Partido Ecologista Os Verdes, propõem-se votar favoravelmente o diploma em causa. Em contrapartida, e dentro da lógica do que é a realidade do PSD, parece que também não é ainda clara a posição do partido. Enfim, mais uma dor de cabeça para Rui Rio.

Interessante, neste caso, é que nunca me dei conta de ninguém que atravessasse uma crise que justificasse tal decisão, sendo que conheço, direta ou indiretamente, muitos jovens que se encontram hoje na zona dos 16 anos, ou mesmo um pouco menos. Em contrapartida, também sem grande estranheza, acompanho os riscos que estão a ser trazidos ao mundo por parte dos Estados Unidos e dos políticos pigmeus dos nossos dias que os seguem sem pestanejar. E tudo isto quase sem que os nossos intelectuais e a nossa juventude, mormente a universitária, se preocupem com os riscos que a todos estão a ser criados por via da luta de quem não quer perder o poder imperial que detém desde há muitas décadas. Enfim, é um tempo preocupante e de profunda degradação e loucura.

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