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Exoplanetas noutra galáxia |
Depois de duas décadas passadas, já foram detectados mais de 3500 exoplanetas e os astrónomos e astrofísicos estão convencidos de que a maior parte das estrelas serão orbitadas por planetas. Mas todos estes exoplanetas detectados orbitam estrelas que pertencem à nossa galáxia: a Via Láctea. Mas, haverá exoplanetas noutras galáxias?
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Mas os astrofísicos não “viram” directamente estes exoplanetas, que estimaram terem dimensões que variam entre as de Júpiter e a da Lua. Os cientistas inferiram a sua existência para conseguirem explicar dados obtidos com o observatório espacial de raios X Chandra, da NASA, que analisaram imagens que nos chegam devido a um efeito designado por microlentes gravitacionais. A teoria da relatividade de Einstein explica como os raios de luz emitidos por um corpo celeste, por exemplo de uma estrela, se curvam ao passarem perto de um astro com grande massa como o nosso Sol. Uma galáxia, no seu todo, tem uma massa muitas vezes maior do que a do Sol e o efeito que causa no desvio da luz irradiada por uma outra galáxia que se encontre por de trás dela, mais distante e na nossa direcção, é significativo e mensurável. A primeira galáxia funciona como uma lente gravitacional ampliando a imagem da segunda galáxia mais distante.
As imagens obtidas pelo observatório espacial de raios X Chandra da galáxia RX J1131-1231, captadas devido esse efeito das microlentes gravitacionais, só se conseguem explicar se existirem exoplanetas a orbitarem estrelas nessa galáxia.
"Os nossos resultados são um exemplo de como estas técnicas de análise por microlentes gravitacionais são potentes e eficazes", afirmou Eduardo Guerras, um dos autores da descoberta, num comunicado da Universidade de Oklahoma. "Esta galáxia está a 3,8 mil milhões de anos-luz de distância e não é possível observar diretamente estes planetas, nem mesmo com os melhores telescópios que possamos neste momento imaginar num cenário de ficção científica", disse Eduardo Guerras, “mas é possível na mesma descobrir esses planetas, estudá-los e até calcular a sua massa usando esta técnica". E diz este investigador com muito entusiasmo: "isto é ciência muito fixe".
E mostra mais uma vez o grande potencial de uma teoria como a da relatividade de Einstein para nos desvendar o Universo longínquo. Deslumbremo-nos com a ciência.
António Piedade
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva