“Trata-se de um projeto musical baseado no storytelling, em que a personagem que narra a história – o Lapantim – redescobre a obra de Giacometti e decide seguir os passos do etnomusicólogo francês nas aldeias de Parada e Gimonde”, resume Pedro Cepeda, mentor do projecto.
Os músicos Cristiano Ramos, Rúben Santos e Tânia Pires fizeram já uma primeira recolha na aldeia de Parada e preparam-se para ir, ainda durante este mês, à aldeia de Gimonde, onde querem contactar de perto com a população e poder recuperar algum do seu imaginário musical.
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Terminadas as recolhas em ambas as aldeias, o projecto mostrará os seus resultados ao público. Estão previstos dois concertos no Bar Praça 16, em Bragança, a 28 de Fevereiro (dedicado a Parada) e a 26 de Março (dedicado a Gimonde). “Numa segunda fase, os espetáculos serão apresentados nas duas aldeias para envolver as respectivas comunidades. Posteriormente, existe ainda a hipótese de fazer recolhas noutras aldeias de Trás-os-Montes, por onde Giacometti passou, como são os casos de Tuizelo e de Nozedo de Cima, no concelho de Vinhais, e Paradela e S. Martinho de Angueira, no concelho de Miranda do Douro”, adianta o mentor do projecto “Lapantim”.
Giacometti como ponto de partida
Michel Giacometti (1929-1990) foi um etnomusicólogo nascido na Córsega (França) que escolheu Portugal para fazer recolhas etno-musicais, havendo registos referentes a mais de 600 freguesias em território nacional. Em 1959, estabeleceu-se em Portugal e escolheu o Nordeste Transmontano como objecto de estudo, acabando por viver em Bragança. Nesta zona do País, gravou músicas tradicionais de cantadores do povo, trabalho incluído no programa “Povo que Canta”, que durante três anos preencheu a grelha da RTP.
Pela excelência da sua obra e reconhecimento pelo seu trabalho, o nome de Michel Giacometti ficou perpetuado, havendo inclusivamente, em Setúbal, um Museu em sua homenagem.