Projeto cultural surgido em Alfândega da Fé foi um dos vencedores da primeira edição do Orçamento Participativo de Portugal

O projeto “O Teatro e as Serras”, cujo proponente individual foi o cidadão David Carvalho, respeitando as normativas do OPP, no Encontro Participativo de Alfândega da Fé em 24 de Março de 2017 na Biblioteca Municipal, foi um dos vencedores da primeira edição do Orçamento Participativo de Portugal (OPP) na área da cultura/região norte.

Projeto cultural surgido em Alfândega da Fé foi um dos vencedores da primeira edição do Orçamento Participativo de Portugal
A proposta representa uma vitória histórica para a Região que vê um projeto cultural de raiz identitária ser reconhecido pelas populações da região materializado no número de votos que permitiu esta vitória. A cerimónia de apresentação dos projetos vencedores teve lugar no passado dia 14 de Setembro, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, e foi das mãos do Senhor Ministro da Agricultura que David Carvalho recebeu o Diploma de Projeto Vencedor.

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O investimento de 100 mil euros tem um período de execução de dois anos, e compete agora ao Ministério da área respetiva avaliar qual a entidade mais bem preparada para executar este projeto. Enquanto proponente, David Carvalho vai ser envolvido no delinear de pormenores, e é seu desejo que na fase de implementação do projeto, o Ministério da Cultura tenha em conta o histórico da Filandorra – Teatro do Nordeste com trinta anos de trabalho na região em parceria com a maioria dos municípios enunciados no projeto.

O projeto O Teatro e as Serras nasceu com base na experiência da Filandorra, desenvolvida em Alfândega da Fé nos últimos anos, “assente numa base protocolar que possibilitou a divulgação de espetáculos do reportório nacional e universal da dramaturgia para públicos escolares e públicos em geral, e ainda no plano da formação com a criação de uma Escola Municipal de Teatro de que resultou o TAFÉ – Grupo de Teatro de Alfândega da Fé formado por crianças, jovens e idosos.

Esta proximidade proporcionou experiências de grande envolvência por parte da comunidade deste concelho, em contacto direto com a população idosa de várias aldeias e instituições particulares de solidariedade social, para a criação do espetáculo “À Manhã”, peça de teatro que faz parte do livro de José Luís Peixoto intitulado “Cal”, uma coletânea de crónicas, poemas e teatro.

Este espetáculo percorreu toda a região, desde a sua estreia, em 2011, sobretudo em concelhos do interior do país.” Foi recentemente revisitada pela companhia no “enquadramento das comemorações dos seus trinta anos, no âmbito do projeto Périplo pelo Interior dos Interiores da Alma Humana (PIIAH), com a presença do escritor nos espetáculos realizados em Ponte de Sor e Alfândega da Fé”.

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De acordo com o proponente do projeto, David Carvalho, o projeto “pretende afirmar esta linha de trabalho, em que se valoriza os territórios do interior como espaços naturalmente dignos de experiências no domínio da criação literária e artística, em contraponto com os 'tradicionais' centros de criação nas zonas urbanas”.

O projeto vai situar-se física e emocionalmente e em relação direta com as comunidades VIP (Vivemos no Interior do País), confinadas às localidades que circundam as serras de Bornes/nordeste transmontano, envolvendo os municípios de Alfândega da Fé, Vila Flor, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros; Padrela, abrangendo os municípios de Valpaços, Mirandela; Montezinho, com os municípios de Bragança e Vinhais; Gerês envolvendo os municípios de Montalegre e Boticas; e as Serras do Marão e Alvão, afetando os municípios de Vila Real, Santa Marta de Penaguião, Amarante, Baião, Vila Pouca de Aguiar, Ribeira de Pena e Mondim de Basto. Todos os municípios farão parte de uma rede de circulação dos espetáculos/oficinas de formação criadas a partir deste projeto, dinamizando um território que apesar da sua baixa densidade tem população um pouco envelhecida mas ativa e com direito a usufruir dos bens culturais consagrados na Constituição Portuguesa.

O projeto contempla ainda a implementação de quatro pólos de criação artística que vão envolver equipas multidisciplinares nas áreas da escrita e dramaturgia, complementadas por especialistas de cenografia da representação e performance, que produzirão espetáculos/performances que circularão nos territórios.

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David Carvalho, o proponente do projeto O Teatro e as Serras, considera que é de louvar o Governo da República que “achou por bem lançar pela primeira vez na Europa, o Orçamento Participativo Nacional, com programas que vão da agricultura, à ciência, à educação e à cultura”, e acrescenta que “é de enaltecer a iniciativa do Ministério da Presidência e da Modernização Administrativa que pôs em prática este orçamento participativo, numa atitude de verdadeira Democracia Participativa, ao ir aos territórios e ver o que verdadeiramente se passa”.

David Carvalho não esquece que esta vitória se deveu à envolvência de uma grande comunidade na campanha de votação, nomeadamente pessoas singulares, autarquias, imprensa, instituições, e agradece “aos transmontanos e a todos outros portugueses que votaram neste projeto”, e regista com agrado o facto do “nosso final de Campanha ter o contributo do cerimonial da tradicional queimada em que esconjuramos o diabo do esquecimento do interior na companhia do Padre Fontes, em Vilar de Perdizes no passado dia 02 de Setembro”.

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