O Videoárbitro

|Hélio Bernardo Lopes|
Após extensos e superficiais debates públicos, invariavelmente nos programas televisivos sobre bola, entrou finalmente em funções o vídeoárbitro no futebol principal de Portugal. 

Com toda a naturalidade, os nossos comentadores não se deram conta desta realidade elementar: nenhum sistema jurídico pode alguma vez garantir que as suas decisões são justas.

A realidade está já hoje à vista, com os mil e um protestos transferidos agora das históricas decisões da equipa de arbitragem para a nova metodologia de arbitragem, incluindo já o vídeoárbitro. Em boa medida, pois, tudo ccontinua como antes, com infindáveis discussões ao redor do valor das novas – velhas! – decisões.

Esta nova realidade mostra bem como é vivida em Portugal a democracia, porque se passam semanas (quase) inteiras a discutir futebol nos canais televisivos, agora ao redor do vídeoárbitro. Por vezes diversas, tive a oportunidade de salientar que as decisões de quem tem de arbitrar não são uma prática linear e de leitura única, incluindo na casa de uma família onde todos sejam do mesmo clube.

Enfim, para lá da democracia temos agora o magnânimo e central tema do vídeoárbitro, com a oportunidade de irem muitos acompanhando os principais especialistas em bater bolas nas televisões, domínio onde se atingem verdadeiros recordes que bem poderiam ir parar ao Guiness.

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