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|Hélio Bernardo Lopes| |
De imediato, fiquei, digamos assim, aliviado. Porventura com erros, por excesso ou por defeito, ou mesmo pelas possíveis limitações do universo atingido, a verdade é que algo de novo surgiu no nosso ambiente social.
Em contrapartida, voltou a constatar-se o excessivo tempo que levou a pôr, preto no branco, aquilo a que conseguiu chegar-se e que, para já, conduziu ao desfecho que pôde ver-se. Simplesmente, mais de sete anos depois de surgir este caso, o mesmo ainda não terminou. Quase todos os ora condenados irão recorrer, sendo incerto o desenlace final deste caso, e mesmo por razões diversas.
Interessante, por outro lado, foi a imediata procura, pela generalidade dos comentadores, do que de mal teve o processo. Por um lado, levou um tempo excessivo, por outro, não se analisou (em tribunal) a responsabilidade dos que passaram a dirigir o BPN logo após a sua nacionalização. E dos condenados, para já, nem uma palavra. Ou antes, até as houve, mas para colocar dúvidas sobre a realidade da nossa hierarquização penal.
Como há um tempo atrás tive a oportunidade de expor, ao redor de certo programa televisivo, os nossos jornalistas, analistas e comentadores fogem das condenações, sobretudo quando está em jogo gente graúda, passando a assestar baterias sobre a ação penal, os seus responsáveis, ou os decisores finais. Uma realidade sociológica que ajuda a compreender a razão de Portugal ter dificuldade em sair do modo que os portugueses têm de estar na vida.
Ficamos agora à espera – e quantos anos?...– do final de todo este processo do BPN. Até esse dia, o que agora teve lugar vale muito pouco, até porque, nos termos da nossa legislação, ainda nada aconteceu de novo em face do que se conhecia: continua a estar-se à espera do final deste caso.