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Herdade da Coitadinha, Barrancos - Fotografia por Pedro Pinho |
Uma equipa de mais de trinta investigadores europeus alerta que a Bacia do Mediterrâneo, uma das regiões com maior biodiversidade do mundo, está em risco por ser também uma das mais vulneráveis à poluição atmosférica e às alterações climáticas. O alerta surge na sequência de um trabalho de revisão de vários resultados obtidos em Portugal (Parque do Alambre, Azeitão; Herdade da Coitadinha, Barrancos; Companhia das Lezírias, Samora Correia), França, Itália e Espanha, para identificar os impactos atuais e potenciais da poluição atmosférica, alterações climáticas e as suas interações em ecossistemas naturais e semi-naturais.
"As consequências da poluição e das alterações climáticas não podem ser dissociadas, mas esta interação ainda não é tida em conta no desenvolvimento de novas políticas de preservação ambiental.", explica Silvana Munzi , co-primeira autora do estudo e investigadora do cE3c - Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais . "A poluição atmosférica na Bacia do Mediterrâneo ocorre sobretudo na forma de partículas, deposição de azoto e ozono troposférico, que têm origem em atividades industriais, construção, emissões de veículos e práticas agrícolas.
No contexto Europeu, esta poluição é exacerbada pelas secas mais frequentes e pela estabilidade típica de massas de ar na região, com consequências importantes para a saúde humana e para os ecossistemas. Infelizmente, os efeitos desta interação sobre a estrutura e função dos ecossistemas Mediterrânicos ainda não foram adequadamente quantificados e, portanto, as suas consequências são mal compreendidas".
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Companhia das Lezírias, Samora Correia - Fotografia por Pedro Pinho |
Embora existam vários grupos de investigação a dedicar-se ao estudo dos ecossistemas mediterrânicos, a investigação é dificultada pela baixa resolução espacial dos dados de emissões nesta região, em comparação com outras partes da Europa.
"É evidente a urgência de implementar plataformas experimentais comuns e redes de investigação coordenadas na Região do Mediterrâneo, juntamente com redes de monitorização ambiental mais amplas e mais representativas. Pretendemos que o CAPERmed seja um catalisador para que isto aconteça, reunindo a comunidade científica focada em ecossistemas do Mediterrâneo neste esforço", conclui SilvanaMunzi.
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva