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A astrofísica Catarina Fernandes |
Foram precisos muitos e melhores telescópios, e cerca de 400 anos, para, em 1995, os astrónomos Michel Mayor e Didier Queloz, do Observatório de Genebra, na Suiça, detectarem o primeiro planeta noutro sistema solar que não o nosso. O planeta extra-solar, ou exoplaneta, orbitava a estrela Pégaso-51 a 50 anos-luz de distância da Terra. Descobria-se o que alguns ousados tinham previsto: os planetas que rodeiam o nosso Sol não são os únicos no Universo!
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A estrela Trappist-1 tem 8% da massa do nosso Sol, ou 11% do seu diâmetro, e é muito mais vermelha ESO |
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Em Maio de 2016, uma equipa internacional liderada por Michaël Gillon, e da qual fazia parte Didier Queloz, publicou, num artigo na revista Nature, que à volta da estrela Trappist-1, uma anã vermelha com apenas 8% da massa do Sol e situada a 39 anos-luz da Terra, tinham sido descobertos três planetas do tamanho do nosso planeta azul. Esta descoberta mobilizou astrónomos de todo o mundo e muitos telescópios - desde o telescópio espacial Spitzer, da NASA, até telescópios situados no Chile, em Marrocos, no Havai, em Liverpool, nas Canárias e na África do Sul – que passaram a escrutinar como nunca antes a estrela TRAPPIST-1.
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Imagem - O sistema solar Trappist-1 e os seus sete planetas NASA-JPL-CALTECH(1) (1) |
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Esta descoberta já está a mobilizar mais meios telescópicos. O telescópio espacial Hubble já está a estudar a composição das eventuais atmosferas dos planetas do sistema solar TRAPPIST-1. E muita expectativa existe sobre o que é que se poderá descobrir com a próxima geração de telescópios, como o telescópio espacial James Webb (da NASA) e o Telescópio Europeu Extremamente Grande (do ESO). Estes irão procurar moléculas compatíveis teoricamente com a existência de uma actividade biológica.
As questões sobre a existência de vida extraterrena elevam-se, assim, para além do sonho que a ciência fertiliza.
António Piedade
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva