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| |Hélio Bernardo Lopes| |
Esta realidade tem uma diversidade de causas, em geral ligadas ao modo como se tem desenrolado o desenvolvimento do modelo hoje prevalecente no mundo. A própria globalização acabou por determinar um conjunto de modificações na atitude dos mais jovens perante a vida, uma vez que, como facilmente se percebe, vêm perdendo referências diversas, cada uma deles com o respetivo valor.
Dizia um histórico anúncio que não se pode ter tudo por dois escudos, o que se traduz na mais evidente realidade. Não custa perceber que se âncoras referentes as mais diversas vão sendo abatidas, aumenta o grau de liberdade de cada um, pelo que o valor das coisas se vai tornando passageiro e efémero.
Também não é difícil perceber que é essencial às comunidades a presença de um referencial que possa ser tomado como com valor absoluto, de onde se possam projetar as regras do comportamento social e aos níveis mais diversos. Infelizmente, a escola dos dias de hoje, de inquestionável qualidade, quase se mostra vazia da discussão das grandes ideias que dão sentido às coisas e à vida. Nem mesmo cria nos jovens um sentido gregário humanista.
O tempo de hoje requer da escola – do corpo docente, em especial – a organização de iniciativas destinadas a envolver os jovens que a frequentam em tarefas que tenham um cunho social, tanto ao nível do espaço escolar, em si mesmo, mas mesmo para lá dele, mormente na sua zona envolvente. Um tal tipo de iniciativas sempre acabará por colocar esses jovens perante situações que envolvem a realidade humana da comunidade.
Por fim, falta uma base de natureza cultural que, nunca entrando pelo caminho da prática religiosa, deixe nos jovens uma base cultural, a cuja luz os seus espíritos possam ser despertos para realiddadees que se situam sempre muito a montante da técnica, requerendo um sentido de serviço à comunidade, naturalmente de base humanista. Esperemos que o Governo, em especial o Ministro da Educação, se determinem a avançar por este caminho de bom êxito e melhores efeitos.