Cultural Imaterial da UNESCO, noticiou a agência Lusa.
Louça de Bisalhães. Foto: Wikipédia. CC BY 2.5 |
Atualmente são apenas sete os oleiros de Bisalhães que ainda trabalham o barro preto baseado em processos tradicionais de grande ancestralidade. O problema é que este conjunto de oleiros são quase todos idosos, o que coloca a necessidade de dar um novo impulso para fazer permanecer a tradição.
O projeto da candidatura do barro preto de Bisalhães baseia-se num plano de salvaguarda que permita eliminar o risco da sua extinção, lutar pela dignificação das condições de trabalho dos oleiros atuais e permitir uma rentabilidade adequada para esta prática artesanal. Daí que processo que sustenta a candidatura à inclusão na lista do património cultural com necessidade de salvaguarda urgente, se revista de grande importância para dar continuidade a esta arte.
Segundo os dados presentes na ficha do património imaterial da Matriz PCI , “a Louça Preta de Bisalhães, específica do centro olárico da aldeia de Bisalhães, freguesia de Mondrões, no concelho de Vila Real, é atualmente confecionada pelos oleiros Cesário da Rocha Martins; Manuel Joaquim da Rocha Martins; Sezisnando Ramalho; Jorge Ramalho; Querubim Queirós Rocha; Miguel Fontes; e Albano Carvalho (o escultor).
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O processo de cozedura das peças de barro é efetuado exclusivamente nos fornos destes oleiros, em Bisalhães. […] Esta louça, que é produzida durante todo o ano, integra peças de carácter utilitário, designadas por “louça churra” pelo facto de serem peças mais grosseiras e pouco decoradas; e peças de carácter decorativo, chamadas de “louça fina”. A louça de Bisalhães singulariza-se pelos processos e técnicas ancestrais usados na sua confeção e cozedura, que lhe conferem a tonalidade negra”.
Todo este processo se baseia num trabalho duro que começa na extração do barro e que depois se estende por um conjunto sequencial de tarefas onde cabe a preparação e o amassar do barro, modelagem e decoração e finalmente a cozedura, esta última de grande originalidade, sendo efetuada ao ar livre em “fornos que podem ser considerados como uma forma mais avançada da antiga soenga”.