Candidatura do processo de confeção da Louça Preta de Bisalhães a Património Cultural Imaterial da UNESCO vai ser apreciada na Etiópia

O Comité Intergovernamental da Unesco vai apreciar, entre os dias 28 novembro e 2 de dezembro, na Etiópia, a candidatura submetida pela Câmara Municipal de Vila Real para transformar o processo de confeção da Louça Preta de Bisalhães em Património
Cultural Imaterial da UNESCO, noticiou a agência Lusa.


Louça de Bisalhães. Foto: Wikipédia. CC BY 2.5
O Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial anunciou que se vai reunir durante cinco dias em Addis-Abeba para apreciar um conjunto de candidaturas onde se incluirá o processo de confeção do barro negro de Bisalhães, uma aldeia do concelho de Vila Real, próximo da Serra do Alvão, onde ainda sobrevive esta antiga tradição oleira.

PUB

Anuncie no Notícias do Nordeste! Contacte-nos!
Consulte a tabela de preços 

Atualmente são apenas sete os oleiros de Bisalhães que ainda trabalham o barro preto baseado em processos tradicionais de grande ancestralidade. O problema é que este conjunto de oleiros são quase todos idosos, o que coloca a necessidade de dar um novo impulso para fazer permanecer a tradição.

O projeto da candidatura do barro preto de Bisalhães baseia-se num plano de salvaguarda que permita eliminar o risco da sua extinção, lutar pela dignificação das condições de trabalho dos oleiros atuais e permitir uma rentabilidade adequada para esta prática artesanal. Daí que processo que sustenta a candidatura à inclusão na lista do património cultural com necessidade de salvaguarda urgente, se revista de grande importância para dar continuidade a esta arte.

Segundo os dados presentes na ficha do património imaterial da Matriz PCI , “a Louça Preta de Bisalhães, específica do centro olárico da aldeia de Bisalhães, freguesia de Mondrões, no concelho de Vila Real, é atualmente confecionada pelos oleiros Cesário da Rocha Martins; Manuel Joaquim da Rocha Martins; Sezisnando Ramalho; Jorge Ramalho; Querubim Queirós Rocha; Miguel Fontes; e Albano Carvalho (o escultor). 

PUB

Anuncie no Notícias do Nordeste! Contacte-nos!
Consulte a tabela de preços 

Estes oleiros procedem à confeção das peças de louça, à cozedura e à venda. Atualmente a louça é confecionada nas oficinas que estes oleiros possuem em Bisalhães, mas também nos postos de venda que lhes foram disponibilizados pela Câmara Municipal de Vila Real à entrada da cidade. 

O processo de cozedura das peças de barro é efetuado exclusivamente nos fornos destes oleiros, em Bisalhães. […] Esta louça, que é produzida durante todo o ano, integra peças de carácter utilitário, designadas por “louça churra” pelo facto de serem peças mais grosseiras e pouco decoradas; e peças de carácter decorativo, chamadas de “louça fina”. A louça de Bisalhães singulariza-se pelos processos e técnicas ancestrais usados na sua confeção e cozedura, que lhe conferem a tonalidade negra”.

Todo este processo se baseia num trabalho duro que começa na extração do barro e que depois se estende por um conjunto sequencial de tarefas onde cabe a preparação e o amassar do barro, modelagem e decoração e finalmente a cozedura, esta última de grande originalidade, sendo efetuada ao ar livre em “fornos que podem ser considerados como uma forma mais avançada da antiga soenga”.

www.CodeNirvana.in

© Autorizada a utilização de conteúdos para pesquisa histórica Arquivo Velho do Noticias do Nordeste | TemaNN