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| |Hélio Bernardo Lopes| |
Como se vê, Pedro Passos Coelho e a Gradiva deixaram as Mulheres Socialistas da FAUL, bem como José Sócrates, a anos-luz em matéria de bom senso, porque os últimos continuam a mostrar-nos o seu mau senso. E Ana Gomes não se fez rogada, embora seja (espantosamente!) uma voz isolada no seio do PS.
Não tendo a certeza de Ana Gomes de que a imagem de José Sócrates não seja recuperável – veja-se o silêncio do PS, bem como da nossa grande comunicação social, para mais de parceria com a fabulosa campanha contra o juiz Carlos Alexandre –, a verdade é que é muito pouco provável que o antigo Primeiro-Ministro venha a encontrar espaço de manobra política no seu futuro. Seja qual for o resultado do caso Marquês.
Como ontem referi, lamentavelmente, as Mulheres Socialistas da FAUL, bem como o próprio José Sócrates, parecem não querar esperar que a Justiça faça o seu caminho, ou seja, o caminho que com todos tem de se percorrer.
Mas é claro que a direção do PS terá sempre limitações em ir contra esta iniciativa, porque aquelas Mulheres Socialistas da FAUL têm um objetivo mau senso, ou não teriam tomado esta iniciativa. Além do mais, o PS tem essa lamentável forma de estar, a cuja luz tudo se pode fazer e dizer, mesmo que ponha em causa o desenvolvimento da aplicação de certa política decidida maioritariamente nos órgãos nacionais. E já agora: será que as Mulheres Socialistas da FAUL também convidaram José Lello e Francisco Assis para assistirem à homenagem a José Sócrates?
Como pude já escrever, pouco ou nada tenho lido sobre este caso, limitando-me a tomar conhecimento de quanto vai sendo debitado pelos canais televisivos. Simplesmente, Ana Gomes refere-se ao que José Sócrates já admitiu publicamente em relação às acusações que estão em investigação, considerando-as a eurodeputada uma situação extremamente grave sobre a falta de idoneidade do personagem.
Admita agora o leitor que Isabel II havia sido colega, desde muito tenra idade, de certa amiga sua. E suponha que se vinha agora a saber que, a título particular, a rainha havia recorrido a um empréstimo avultado do marido da histórica amiga, dono de uma vasta riqueza, usado numas férias prolongadas no Sul do Pacífico. O que acha que faria o Parlamento Britânico? Bom, caro leitor, seria o bom e o bonito, mas com esta certeza: a rainha teria, no mínimo, de abdicar. Simplesmente, eles até puderam dar a vitória ao BREXIT, coisa absolutamente impensável na nossa dita democracia, onde a classe política foge da decisão popular com Mefistófeles da cruz. O que este caso das Mulheres Socialistas da FAUL mostra é a imensa superioridade, em termos de bom senso político, de Pedro Passos Coelho e da Gradiva face a José Sócrates e às Mulheres Socialistas da FAUL.
Faltou a Ana Gomes dizer umas palavrinhas sobre a ideia, há dias referida por António Costa, de deitar mão de alterações no setor da Justiça que defendam melhor a situação dos cidadãos, agora que estão a braços com a Justiça personalidades diversas do PS e do PSD. Ao menos o PSD já parou com a ideia de voltar a apoiar a candidatura de Isaltino de Morais. No campeonato da ética política, bom, vai bem à frente.
