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| |Hélio Bernardo Lopes| |
Há nestas palavras de Maria Luís dois aspetos distintos. O primeiro vale por si e prende-se com o modo indiferente como ajudou a colocar Portugal e os portugueses numa situação ainda mais difícil. O atual Ministro das Finanças alemão não faria melhor.
O segundo, de natureza mais substantiva, nem está longe da verdade, embora se justifique explicar a causa de assim ser a realidade. Claro está que privatizando tudo, vendendo o País e a sua riqueza rapidamente e em força e a baixo preço, levando a generalidade dos portugueses ao desemprego, à pobreza, à miséria e à emigração, bom, outro não seria o resultado, porque essa política, embora claramente contra o interesse de Portugal e dos portugueses, era a desde sempre desejada pelos dirigentes alemães que dirigem a União Europeia. Seria a continuação do anterior desastre político-social protagonizado pela anterior Maioria-Governo-Presidente.
Destas duas realidades, a segunda é hoje pacífica para quase todos os portugueses que ainda se interessam pela vida política, mas a primeira foi a que maior revolta e desprezo suscitou, mesmo junto dos apaniguados daquela estrutura política. Há momentos em que um político, mesmo medíocre, tem o dever de saber estar calado, evitando colocar o seu país e os seus concidadãos numa situação ainda mais difícil do que a que já lhe possa ter sido trazida. Maria Luís Albuquerque e Pedro Passos Coelho não conseguiram evitar a sua pulsão de intervir de um modo tão inoportuno. E por isso volto a convidar o leitor a tentar ler o discurso de Salazar, no Porto, em janeiro de 1949. Terá, com toda a certeza, de ficar espantado.
