Juno chegou a Júpiter

Na mitologia romana, Juno desencadeou um dia uma enorme mas bela tempestade. Tão bela, que Júpiter (Deus romano do dia) se enamorou com o talento de Juno, tornou-a rainha do céu, casou-se com ela.

Representação artística mostrando a sonda Juno aproximando-se de Júpiter. Crédito NASA-JPL-Caltech.
Juno também é o nome da sonda espacial que foi lançada pela NASA, a 5 de Agosto de 2011, com destino marcado para Júpiter. Ao longo destes quatro anos e 11 meses percorreu silenciosamente 2800 milhões de quilómetros. Mas às 4h53 (hora de Lisboa) do dia 5 de Julho enviou um sinal para a sala de comando do Laboratório de Propulsão a Jacto (JPL, sigla em inglês) da NASA, em Pasadena, na Califórnia, indicando que tinha completado com sucesso a manobra de inserção orbital em torno do maior planeta do nosso sistema solar.

Durante 35 minutos, a sonda ligou o seu motor principal e diminuiu em 1900 km/h a sua velocidade de viagem. Isto permitiu a sua captura pela gravidade de Júpiter e Juno ficou numa órbita inicial com uma periodicidade de 53 dias. A entrada na magnetosfera de Júpiter ficou gravada num registo sonoro que se pode ouvir aqui . São 13 segundos de música espacial., a celebrar o “reencontro” cósmico de Juno com Júpiter!

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Foi com enorme entusiasmo que Scott Bolton, coordenador da missão, do Instituto de Investigação do Sudoeste, em San Antonio, no Texas, citado pela agência Reuters, disse: “Estamos lá! Estamos em órbita! Conquistámos Júpiter. Agora começa a parte divertida.” A parte divertida é começar a fazer ciência!

Mas a fase científica não vai começar já. Uma segunda manobra, prevista para 19 de Outubro deste ano, permitirá colocar a sonda na sua órbita polar final, essencial para os objectivos científicos da missão. E até lá, ainda terão de ser efectuados os últimos testes aos subsistemas da sonda, para além de calibrações dos nove instrumentos científicos e à câmara a cores de alta resolução, a JunoCam. Contudo, espera-se que esta câmara comece dentro de pouco tempo a enviar para a Terra imagens espectaculares da turbulenta atmosfera joviana. Refira-se que um sinal enviado por dois transmissores da sonda Juno demora 48 minutos a chegar à Terra, assim como as instruções a enviar pelo centro de controlo no JPL. 

Despois, e ao longo de 20 meses, a sonda Juno irá realizar 33 órbitas em torno de Júpiter, passando por vezes a apenas 5 mil quilómetros do topo das nuvens da sua atmosfera, mergulhando repetidamente nos perigosos cinturões de radiação da magnetosfera do gigante gasoso (Júpiter tem 11 vezes o diâmetro da Terra e 122 vezes a sua área superficial). A missão tem como principais objectivos a observação da atmosfera, da magnetosfera e do campo gravitacional de Júpiter, com o intuito de testar as teorias que descrevem a formação deste tipo de planetas e compreender melhor a formação do nosso sistema solar, há 4,5 mil milhões de anos.

António Piedade 
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva 


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