E viva a democrática União Europeia!

|Hélio Bernardo Lopes|
Pode já perceber-se que de tudo se está a deitar mão a fim de tentar inverter o resultado do referendo no Reino Unido, em que os britânicos deram a vitória ao BREXIT. Teria, aliás, de ser assim, porque a democracia na atual União Europeia é um elemento meramente decorativo, apenas destinado a legitimar o exercício do poder, se este estiver ocupado por apaniguados do atual comando alemão.

O mais recente argumento é o de que o recente referendo não é vinculativo, havendo a necessidade do Parlamento Britânico aprovar o mesmo. Não foi assim, porém, no caso do referendo escocês, porque o Parlamento Britânico aceitou-o e o Escocês também, pelo que o resultado válido foi o determinado pelos escoceses que se pronunciaram depois de autorizados a fazê-lo.

Ao autorizar o referendo que conduziu à vitória do BREXIT o Parlamento Britânico delegou nos britânicos um poder que era seu. De resto só assim se pôde realizar o referendo. O mesmo que no caso da Catalunha, onde o Tribunal Constitucional de Espanha deu por inconstitucional o referendo pretendido, pelo que o mesmo acabou por não ter lugar. Se tivesse o referendo sido realizado, criar-se-ia uma situação de facto, com elevada probabilidade de degenerar numa outra de jure.

Ao mesmo tempo, diz-se que a nova liderança dos Conservadores poderá operar um novo referendo, sobretudo, se vierem a ter lugar novas eleições. Mas, e se o BREXIT voltar a sair vencedor? Sairá a nova liderança, repetindo-se todo este mecanismo? Bom, é mesmo o fim da democracia, o que será ouro sobre azul para a máquina neoliberal internacional.

Numa outra vertente, surgiu por igual uma firma de advogados a defender a ilegalidade do poder do resultado do referendo. Bom, caro leitor, é mesmo o fim da democracia no mundo, Para mais com Obama a usar o avião presidencial para transportar Hillary Clinton, andando ambos a fazer campanha por quem – já todos perceberam – nunca lá chegará só por si. Esteve mesmo à vista uma ida a tribunal, sendo legítimo que nos interroguemos sbre se esta decisão do FBI teria sido como foi se fosse outro o americano visado. E assim vai a democracia no mundo.

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