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| |Hélio Bernardo Lopes| |
O mais recente argumento é o de que o recente referendo não é vinculativo, havendo a necessidade do Parlamento Britânico aprovar o mesmo. Não foi assim, porém, no caso do referendo escocês, porque o Parlamento Britânico aceitou-o e o Escocês também, pelo que o resultado válido foi o determinado pelos escoceses que se pronunciaram depois de autorizados a fazê-lo.
Ao autorizar o referendo que conduziu à vitória do BREXIT o Parlamento Britânico delegou nos britânicos um poder que era seu. De resto só assim se pôde realizar o referendo. O mesmo que no caso da Catalunha, onde o Tribunal Constitucional de Espanha deu por inconstitucional o referendo pretendido, pelo que o mesmo acabou por não ter lugar. Se tivesse o referendo sido realizado, criar-se-ia uma situação de facto, com elevada probabilidade de degenerar numa outra de jure.
Ao mesmo tempo, diz-se que a nova liderança dos Conservadores poderá operar um novo referendo, sobretudo, se vierem a ter lugar novas eleições. Mas, e se o BREXIT voltar a sair vencedor? Sairá a nova liderança, repetindo-se todo este mecanismo? Bom, é mesmo o fim da democracia, o que será ouro sobre azul para a máquina neoliberal internacional.
Numa outra vertente, surgiu por igual uma firma de advogados a defender a ilegalidade do poder do resultado do referendo. Bom, caro leitor, é mesmo o fim da democracia no mundo, Para mais com Obama a usar o avião presidencial para transportar Hillary Clinton, andando ambos a fazer campanha por quem – já todos perceberam – nunca lá chegará só por si. Esteve mesmo à vista uma ida a tribunal, sendo legítimo que nos interroguemos sbre se esta decisão do FBI teria sido como foi se fosse outro o americano visado. E assim vai a democracia no mundo.
