O céu de fevereiro de 2016

O mês começa com um espetáculo relativamente raro, visível pouco antes do amanhecer – podem ser observados ao mesmo tempo todos os objetos do Sistema Solar visíveis a olho nu (excepto o Sol, claro), algo que já não acontecia desde janeiro de 2005.

Figura 1: O céu do dia 6 de fevereiro de 2016, por volta das 7 da manhã. De Oeste para Sudeste, poderão observar Júpiter, Marte e Saturno praticamente a Sul, e finalmente o triângulo formando por Vénus, a Lua e Mercúrio (a Sudeste). (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Stellarium)
Assim, por volta das 7 da manhã do dia 6 de fevereiro, de Oeste para Sudeste, poderão observar Júpiter, Marte, Saturno (praticamente a Sul), Vénus, a Lua em quarto minguante e Mercúrio (a Sudeste).ao mesmo tempo todos os objetos do Sistema Solar visíveis a olho nu (excepto o Sol, claro), algo que já não acontecia desde janeiro de 2005.

Como a Lua se desloca cerca de 12 graus por dia no céu (como referência, à distância de um braço estendido, um palmo cobre pouco mais de 20 graus), esta estará a cerca de 2 graus de Marte no dia 1, a pouco mais de 6 graus de Saturno no dia 4, e já num finíssimo minguante, no dia 6 formará um triângulo com Vénus e Mercúrio, estando a 3 graus do primeiro e a quase 5 graus do segundo.ao mesmo tempo todos os objetos do Sistema Solar visíveis a olho nu (excepto o Sol, claro), algo que já não acontecia desde janeiro de 2005.

Este movimento aparente da Lua leva-a a atingir a Lua Nova no dia 8, e a chegar ao quarto crescente no dia 15. Já a Lua cheia ocorre no dia 22. A Lua em minguante, novamente de volta ao céu da madrugada, passará a apenas 2 graus de Júpiter no dia 24 e terminará o mês a pouco mais de 6 graus de Marte.ao mesmo tempo todos os objetos do Sistema Solar visíveis a olho nu (excepto o Sol, claro), algo que já não acontecia desde janeiro de 2005.

Figura 2: As posições e órbitas dos planetas, como poderiam ser observadas perpendicularmente ao plano do Sistema Solar, no dia 6 de fevereiro de 2016. Nesta imagem o diâmetro e o tamanho das órbitas dos planetas Júpiter e Saturno foram reduzidos, de modo a caberem na imagem. Imagem produzida pelo software de simulação do Universo SkyExplorer V3 (RSA Cosmos), usado nas sessões imersivas do Planetário do Porto – Centro Ciência Viva. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Planetário do Porto – Centro Ciência Viva)
Também Vénus se irá aproximar de Mercúrio, e com ambos a aproximarem-se do Sol, no céu. Os dois planetas estarão em conjunção (ponto de maior aproximação entre eles) no dia 13, quando estiverem separados de apenas 4 graus.ao mesmo tempo todos os objetos do Sistema Solar visíveis a olho nu (excepto o Sol, claro), algo que já não acontecia desde janeiro de 2005.

A partir do meio de fevereiro, por ser pouco brilhante e começar a estar demasiado próximo do Sol, deixaremos de conseguir ver Mercúrio. Vénus também irá desaparecer, mas só para o fim do mês, por ser muito mais brilhante que Mercúrio.ao mesmo tempo todos os objetos do Sistema Solar visíveis a olho nu (excepto o Sol, claro), algo que já não acontecia desde janeiro de 2005.

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No entanto, tenham em atenção que este alinhamento dos planetas é apenas aparente, e resulta da projeção dos movimentos dos planetas na esfera celeste. Se conseguíssemos “subir” acima do plano do Sistema Solar, facilmente veríamos que os planetas não estão, de facto, alinhados.ao mesmo tempo todos os objetos do Sistema Solar visíveis a olho nu (excepto o Sol, claro), algo que já não acontecia desde janeiro de 2005.

E falando no plano do Sistema Solar, quando este é projetado na esfera celeste, fica reduzido a uma linha imaginária, conhecida como Eclíptica. Esta linha define o trajeto anual do Sol no céu, e por isso interceta todas as 13 constelações do Zodíaco (incluindo a constelação ignorada por uma certa pseudociência, de Ofiúco ou Serpentário).ao mesmo tempo todos os objetos do Sistema Solar visíveis a olho nu (excepto o Sol, claro), algo que já não acontecia desde janeiro de 2005.

É ainda (aproximadamente) ao longo desta linha que se dispõem os planetas visíveis no nosso céu. Por isso, se têm dificuldade em encontrar as constelações do Zodíaco, durante o início deste mês, basta seguir a linha imaginária desenhada pelos planetas, para encontrar Sagitário (ao lado de Mercúrio e Vénus), Ofiúco, Escorpião (com Saturno entre elas), Balança (onde está Marte), Virgem e Leão (com Júpiter pelo meio).

Boas observações.

Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço) 
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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