“Terrorismo ambiental” é assim que o presidente de Moncorvo classifica parecer do ICNF que chumbou o Parque Eólico

O presidente da câmara de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves, não foi meigo nas palavras ao classificar de “Terrorismo ambiental” o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) devido ao parecer desfavorável emitido por este organismo e que esteve na base do chumbo do Parque Eólico que estava projectado para o seu território concelhio.

Nuno Gonçalves diz não entender como é que se deixa cair um projecto de 92 milhões de euros para um território de baixa densidade que se debate permanentemente com problemas económicos ligados ao investimento externo.

O autarca afirmou, citado pela agência Lusa, que "o parecer do ICNF é absurdo e que não vale a pena mudar de política, ou de partidos, quando os técnicos [ICNF] são os mesmos e com os mesmos pensamentos. Estamos perante terrorismo ambiental, não havendo qualquer hipótese de mudança”.

Nuno Gonçalves contesta a argumentação que subjaz ao parecer emitido pelo ICNF, dizendo que “no documento onde se fundamenta o chumbo da Declaração de Impacte Ambiental (DIA) não conseguem ver, ou dizer, quantas aves nos diversos parques eólicos já morreram porque foram contra as pás dos aerogeradores. Isto sim, merecia um estudo académico”, defende Nuno Gonçalves em declarações à Lusa.

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No relatório técnico da Comissão de Avaliação que deu origem à Declaração de Impacto Ambiental (DIA), considera-se que a montagem do parque teria impactos negativos de grande monta na Paisagem Cultural Evolutiva e Viva do Alto Douro Vinhateiro (ADV), classificada como Património Mundial pela UNESCO. Além disso, contou para esta decisão a actual ocupação do solo e a importância económica que representam para as populações as áreas agrícolas, floresta de sobreiros e azinheiras e também a destruição do habitat prioritário dos zimbrais.

A DIA refere ainda que “ os impactes negativos mais significativos previstos com a implementação do parque eólico serão sobre as aves e comunidade de morcegos. Relativamente à comunidade de morcegos foram identificadas 24 espécies, sendo 9 com estatuto de ameaça.”

Também na área de implantação do projecto foram identificadas no processo de Estudo de Impacto Ambiental 14 espécies protegidas de aves de rapina, sendo que 4 têm o estatuto de “em perigo” e 2 têm o estatuto de “vulnerável”, havendo o risco destas aves colidirem com os aerogeradores e com as linhas eléctricas de ligação à rede pública.

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