O céu de janeiro

O arranque mais um ano de efemérides astronómicas é marcado pelo quarto minguante na madrugada de dia 2. Neste dia o nosso satélite natural encontra-se no seu apogeu, o ponto da sua orbita mais afastado de Terra.

Figura 1: Radiante da chuva de meteoros das Quarantidas pelas seis horas e meia da madrugada de dia 4. Igualmente são visíveis a Lua, Vénus, Saturno, Marte e algumas estrelas e constelações mais brilhantes. Também é indicada a posição da Lua nas madrugadas de dia 3 e 5 e de Vénus no dia 15.
Em contrapartida perto do final desse dia a Terra atinge o seu periélio: o ponto da sua orbita mais próxima do Sol. Apesar disso, como nesta altura do ano o hemisfério Norte não está virado para o Sol, nesta parte do globo os dias são mais curtos do que aquando do afélio (ponto da orbita terrestre mais próxima do Sol), altura em que tal acontece. Deste modo em Portugal o periélio ocorre no inverno.

Na noite de dia 3 para 4 terá lugar o pico de atividade das Quarantidas. Em condições ideais esta chuva de estrelas permite observar algumas dezenas de meteoros por hora, os quais parecem surgir de uma parte do céu (o radiante) que pertence hoje em dia à constelação do Boieiro. Esta chuva de meteoros deve o seu nome à constelação Quadrans Muralis, atualmente fora de uso, que ocupava essa mesma região do céu.

Figura 2: Céu a Sul pelas seis horas e meia da madrugada de dia 26. Igualmente é indicada a posição da Lua nos dias 28 e 30.
De notar que a melhor maneira de observar os meteoros é olhando para uma parte escura do céu que se situe a cerca de 90° do radiante, e não diretamente para o radiante.

Ao longo de todo o mês podemos ver como Vénus se vai deslocando aos poucos para leste, ultrapassando Saturno no dia 9. Junto a eles iremos encontrar uma estrela que pela sua cor e posição é conhecida como o coração da constelação do Escorpião: Antares.

Na madrugada de dia 10 a Lua apresentar-se-á na direção do Sol dando lugar à Lua Nova. Já ao final desse dia a Lua ter-se-á deslocado até ao pé de Mercúrio, que por estes dias está numa direção muito próxima da do Sol. Assim este planeta apenas será visível no último terço do mês, altura em que irá nascer pouco antes do amanhecer.

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O quarto crescente terá lugar na noite de dia 16. Por esta altura a Lua encontra-se na constelação dos Peixes. Na madrugada de dia 20 o nosso satélite já terá chegado ao pé da estrela Aldebarã, o olho da constelação do Touro, chegando mesmo a ocultá-la. Infelizmente esta ocultação lunar apenas será visível na Região Autónoma dos Açores (por volta da 3 horas e meia da madrugada).

Por seu turno a Lua Cheia terá lugar na madrugada de dia 24 junto à constelação do Caranguejo.

Na última semana do mês podemos apreciar como a Lua se vai deslocando desde a proximidade da estrela Régulo na madrugada de dia 26; passando por Júpiter na madrugada de dia 28, até à vizinhança estrela Spica da constelação da Virgem na madrugada de dia 30.

Boas observações!

Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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