O desafio é que a população compreenda e adote as recomendações nutricionais

O crescente avanço do excesso de peso e da obesidade, as deficiências nutricionais decorrentes das alterações alimentares ou os alarmes sobre o consumo de certos alimentos (como o que provocou o recente relatório da Organização Mundial de Saúde sobre o potencial carcinogénico da carne) constituem uma séria ameaça para a saúde pública.

Assim, a nutrição tem cada vez mais peso nas políticas de prevenção de doenças e promoção de saúde da população. Por isso, “é importante que esta disciplina reforce a sua presença em todos os níveis profissionais: clínico, académico e de investigação”, reforça o Professor Lluis Serra-Majem, presidente da Academia Espanhola de Nutrição, e foi este o propósito da Sessão Científica Extraordinária ‘Avanços em nutrição comunitária e imunonutrição’, organizada pela Real Academia Nacional de Medicina (RANM), e coordenado pelo Professor Manuel Díaz-Rubio, presidente de Honra da RANM, com a participação da Academia Espanhola de Nutrição e a colaboração da CocaCola Espanha.

Traduzir resultados científicos em recomendações alimentares para os cidadãos é uma prioridade na política de saúde pública, sendo que estes conselhos que não devem permanecer estáticos, mas devem ser revistos periodicamente à luz de novas evidências que revele a investigação. “As recomendações deveriam ser planificadas com base num calendário e abrir canais para a participação dos consumidores”, defendeu a professora Carmen Pérez-Rodrigo, presidente da Sociedade Espanhola de Nutrição Comunitária, durante a sua apresentação na sessão extraordinária presidida pelo Prof Manuel Díaz-Rubio e moderada pelo Prof. Lluis Serra-Majem e Javier ArancetaBartrina, presidente e vice presidente da Academia Espanhola de Nutrição.

No entanto, os cidadãos muitas vezes não interpretam adequadamente a informação científica por isso, a Dra. Pérez-Rodrigo acredita que "um dos grandes desafios é o de comunicar a mensagem para a população e incentivar a implementação e monitorização das recomendações alimentares." A professora Rosa María Ortega, professora de Nutrição e Bromatologia da Universidade Complutense de Madrid e oradora nesta sessão da RANM, lamenta que, em algumas ocasiões, “o que passe para a população sejam notícias alarmantes e que os cidadãos desconheçam se a sua alimentação é correta e equilibrada e em que proporção devem comer os alimentos”.

As autoridades de saúde são responsáveis por detetar a existência de problemas nutricionais na comunidade e para o efeito, os inquéritos alimentares são uma das ferramentas mais valiosas, porque "partimos do princípio que em Espanha, seguimos uma dieta variada e saudável (a Mediterrânea), mas cometemos excessos e défices significativos ", refere o Prof. Ortega. "A realização de tais inquéritos em amostras representativas é complexo e caro, mas traz grandes vantagens de saúde, económicas e sociais, permitindo a deteção de problemas nutricionais, como um primeiro passo para procurar medidas corretivas."

Resolver precocemente os problemas associados a uma alimentação inadequada é essencial para limitar a propagação de muitas doenças, desde doenças cardiovascular a doenças autoimunes.

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Na sessão, a professora Ascensión Marcos, presidente da Federação Espanhola de Sociedades de Nutrição, Alimentação e Dietética (Fesnad), explicou o alcance da imunonutrição, "uma disciplina transversal envolvendo a nutrição, a imunologia e a endocrinologia". A imunonutrição aborda, por exemplo, a ligação entre a nutrição e processos inflamatórios, infeciosos, neuro degenerativos ou processos alérgicos, entre outros, muitas vezes com o pano de fundo da obesidade, que é considerada como uma inflamação de baixo grau. "Na obesidade a nutrição é deficiente, faltam vitaminas e minerais e sobram gorduras e hidratos de carbono. Como resultado existirá um défice de linfócitos (há sempre uma atrofia do timo), tanto no seu número como da sua função", alertou.

O estado nutricional de indivíduos pode ser avaliado através de alguns marcadores imunológicos, tais como os linfócitos T, B e as células natural killer (NK) que estão a abrir novos caminhos para o diagnóstico precoce de muitas das doenças mais comuns entre a população.


  • Os especialistas em nutrição admitem que um dos principais desafios para implementar as recomendações alimentares é transmitir mensagens compreensíveis para os cidadãos. 
  • Os inquéritos nutricionais em amostras representativas da população, têm vantagens de saúde, económicas e sociais para introduzir medidas para de correção precoces. 
  • A imunonutrição abre novos caminhos para tratar doenças inflamatórias, infeciosas, alérgicas e autoimunes

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