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| |Hélio Bernardo Lopes| |
Como se percebe, tratando-se de uma entrevista de perto de cinquenta minutos, é aqui inútil estar a escalpeliza-la. Além do mais, na parte técnica ligada às Finanças e à Economia faltar-me-ia sempre a essencial preparação. Um ponto houve, porém, que merece ser realçado, porque o mesmo apenas se prende com moral e ética na vida, mormente quando está em jogo o interesse de Portugal e dos portugueses.
O ponto que refiro atrás é o que se liga à pergunta do entrevistador sobre o que esperaria Mário Centeno do PSD e do CDS/PP se, por acaso, o Governo do PS precisasse desse voto para defender alguma posição imperativa perante a (famigerada) União Europeia, com os mil e um interesses de uma minoria que por ali se movem.
Pois, a resposta de Mário Centeno, dada de imediato, mostrando uma posição de fundo moral e ético muito elevada, foi esta: espero que o PSD e o CDS/PP votem de acordo com o que entenderem e acreditem, ou seja, de acordo com a sua consciência e olhando à importância do que estiver em causa. Ora, nós pudemos já assistir à inimaginável atitude de Paulo Rangel em Bruxelas parra com o grupo potencialmente garantido como podendo vir a governar Portugal. E também já nos foi dado ouvir de Paulo Portas que a Direita em nada ajudará se para tal for solicitada. Ou seja, mesmo que possa estar em causa o interesse de Portugal.
É bom que os portugueses estejam atentos a estas atitudes verdadeiramente revanchistas da atual Direita portuguesa, completamente a viver à revelia do interesse de Portugal e dos portugueses. Consigo imaginar a reação íntima, até pública, em conversas de corredor, dos restantes parlamentares de outros Estados da famigerada União Europeia. Pois, caro leitor, tudo isto tem uma causa e que vem já de muitíssimo antes da eleição de Aníbal Cavaco Silva para o alto cargo de Presidente da República.