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Raquel Santiago |
Isto porque estudos anteriores desenvolvidos pela equipa da investigadora no laboratório “Retinal Dysfunction and Neuroinflammation” da FMUC, liderado pelo Doutor Francisco Ambrósio, demonstraram que o bloqueio deste recetor previne a ativação das células da microglia (células do sistema imunitário) e a morte de células da retina.
«Em situações normais, as células da microglia estão constantemente a vigiar o microambiente que as rodeia, tendo um papel muito importante na homeostasia do sistema nervoso central, mas na diabetes as suas funções estão modificadas, promovendo a resposta inflamatória que pode contribuir para a morte celular na retina», explica Raquel Santiago.
Sabendo que as células da microglia «possuem os recetores A2A, pretendemos bloquear a ação destes recetores por forma a prevenir a inflamação associada às células da microglia e, desta forma, a morte das células da retina, travando a progressão da doença», esclarece.
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Estima-se que, após 20 anos com diabetes, cerca de 90 por cento dos doentes com diabetes tipo 1 e mais de 60 por cento dos doentes com diabetes tipo 2 sofrem de retinopatia diabética.
A procura de novas estratégias terapêuticas de combate à doença é muito pertinente porque «os atuais tratamentos são dirigidos às fases avançadas da patologia, extremamente invasivos e pouco eficazes. Se for possível encontrar uma terapêutica que permita o tratamento numa fase mais inicial, o impacto na qualidade de vida do doente com retinopatia diabética será muito elevado», sublinha a investigadora principal do estudo, que vai receber o prémio no próximo dia 19 de setembro, em Nice (França), durante o EURETINA - Congresso Europeu das doenças da retina.
Cristina Pinto