Num comunicado publicado ontem no seu site oficial , a Quercus considera que "a instalação de 30 Aerogeradores com 120 metros de altura é incompatível com a paisagem classificada do Alto Douro Vinhateiro, dado que os aerogeradores são visíveis a dezenas de quilómetros, extravasando os impactes para fora da área de estudo e da ZEP do Alto Douro Vinhateiro".
O novo projecto do Parque Eólico de Torre de Moncorvo prevê a instalação de 30 aerogeradores com uma capacidade instalada de 60 MW, devendo a sua área de implantação ser distribuída pelos concelhos de Torre de Moncorvo e Carrazeda de Ansiães, afectando a Zona Especial de Protecção do Alto Douto Vinhateiro, classificado como Património Mundial pela UNESCO.
Segundo a Quercus, “os maiores impactes ao nível dos habitats são a afectação de zimbrais, habitat prioritário, floresta endémica de Juniperus spp; gilbardeira e narcisos com estatuto de conservação. Também existem vastas áreas de sobreirais e mais de 30% do aerogeradores estão previstos em áreas de média/alta densidade de sobreiros”, referem.
Na zona para onde está projectado o Parque Eólico existe um casal de Águia-de-bonelli, espécie ameaçada de extinção cuja população portuguesa é de apenas de cerca de 100 casais, mas, consideram os ambientalistas, “o facto que não foi considerado devidamente, existindo igualmente na área dois casais de Águia-real, sem registo de observações na cartografia do EIA. O EIA do projecto assume o risco de colisão de aves de rapina com estatuto de conservação desfavorável com os aerogeradores, pelo que considerando as espécies existentes no local e o impacte significativo do projecto nas mesmas, o projecto devia ser relocalizado”, refere o comunicado da Quercus.
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Segundo a Quercus , o grau de afectação do futuro parque eólico “é muito negativa podendo afectar também o turismo, nomeadamente o enoturismo na região do Douro Superior, devido à alteração significativa e artificialização da paisagem, o que pode acarretar prejuízos económicos e sociais”, alerta a organização ambientalista, pelo que consideram que “este projecto do Parque Eólico de Torre de Moncorvo não está em condições de ser aprovado pelo Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia”.