A rede é isto mesmo

|Hélio Bernardo Lopes|
As notícias ontem surgidas sobre a ação do DCIAP em domínios diversos do nosso tecido social vieram dar corpo ao referido há umas semanas por Joana Marques Vidal, numa sua entrevista, e onde referiu a existência em Portugal de uma rede que vem procurando dominar os interesses sedeados no Estado.

Aí nos foi dado ver, mais uma vez, uma outra materialização potencial da referida rede, referida pela Procuradora-Geral da República, e sobre a qual tive a oportunidade de alinhar algum pensamento meu. Ela está aí, bem à vista de todos, e produzindo novos dados sobre a sua ação, desde que as autoridades estejam atentas e se determinem a atuar à luz das funções que devem desempenhar.

Na altura em que a palavra rede foi proferida, de pronto surgiram concidadãos nossos, muitos deles juristas, expressando o sentimento de que a palavra conteria imprecisão, e por isso devendo a Procuradora-Geral da República materializar melhor a ideia que expendera. Mas, como logo se pôde perceber, a frase, mais que reconhecidamente verdadeira, incomodou muita gente, até porque, sendo vasto o domínio da rede em causa, nunca se sabe por onde poderão surgir de novo as autoridades. Uma chatice...

Pois, caro leitor, a rede é também isto mesmo – ao menos, uma sua parte –, o que mostra como seria sempre simples perceber o que Joana Marques Vidal expôs naquela sua entrevista. Sem espanto, não estranhei a aparente perplexidade de tantos concidadãos nossos, apresentando-se-nos como perplexos, quando estranho será nunca se ter percebido que a corrupção e a jogatina do pilim atravessa quase todo o nosso tecido social, desenvolvidas como têm sido ao longo da nossa III República. A rede é isto mesmo.

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