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Tentilhão dos cactos a polinizar uma flor de cacto gigante das Galápagos |
Ao longo de quatro anos, uma equipa multidisciplinar de investigadores de Espanha, Equador, Dinamarca e Portugal, através do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra (UC), procedeu à identificação dos grãos de pólen transportados no bico de aves de 19 das 23 espécies existentes nas Galápagos. Mais de 700 aves foram capturadas e libertadas após a colheita do pólen, e a informação recolhida foi depois processada com recurso a técnicas de análise de redes complexas.
A principal novidade do estudo é que praticamente todas as aves das Galápagos adotaram a mesma estratégia, ou seja, alimentando-se massivamente de flores ao longo de todo o ano e em todas as ilhas, independentemente da dieta típica dos seus antepassados vindos da América do Sul.
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Ruben Heleno |
Este estudo expõe também as fragilidades do ecossistema das ilhas Galápagos porque, assevera o investigador, «se por um lado, as aves ganham um recurso alimentar e simultaneamente as flores beneficiam porque são polinizadas pela ação das aves, podendo assim produzir mais frutos e mais sementes; por outro, representa também uma ameaça uma vez que ao visitar e polinizar as plantas introduzidas pelo Homem nestes frágeis ecossistemas insulares, as aves podem acelerar a progressão de plantas invasoras e a destruição dos habitats únicos das Galápagos».
Cristina Pinto (Assessoria de Imprensa - Universidade de Coimbra)
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva