Chama-se MELIS e é um sistema desenvolvido por investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) para determinar e avaliar o grau de poluição de um rio, sendo capaz de detetar os cerca de 100 a 200 produtos poluentes que surgem todos os anos.
Este sistema foi desenvolvido por uma equipa multidisciplinar do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) da UTAD e os seus criadores pretendem implementá-lonos novos Planos de Bacia Hidrográfica que terão que ser elaborados até ao final do ano em Portugal e na Europa.
"Determinámos um índice que é capaz de integrar informação sobre numerosos produtos com impacto ambiental: os contaminantes emergentes. O MELIS integra vários métodos e deteta quais os efeitos de metais pesados, produtos industriais, medicamentos, pesticidas", afirmou Rui Cortes, coordenador do projecto, em comunicado citado pela agência Lusa.
Para já o MELIS está a ser testado no rio Rabagão, em Montalegre, para depois poder ser utilizado em outros projectos que façam a gestão dos recursos hídricos de Portugal e na União Europeia (UE), em conformidade com a Diretiva Quadro da Água, em vigor na europa comunitária.
Segundo Rui Cortes, todos os anos cerca de 100 a 200 novos compostos orgânicos são processados e lançados na água, com impactos consideráveis na cadeia alimentar a médio e longo prazo e com repercussões na saúde humana, uma vez que poderão provocar vários tipos de cancro, redução da fertilidade, aumento da obesidade e de problemas congénitos, até doenças neurodegenerativas.
O MELIS permite identificar esses compostos de uma forma mais rápida e em consequência adoptar também de forma mais eficaz medidas correctivas, uma vez que ainda “não há tratamentos de água para estes contaminantes”, pelo facto dos mesmo se transformarem com facilidade quando em contacto com um meio aquático.
