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| |Hélio Bernardo Lopes| |
É verdade que o Papa Francisco vai abordando estas realidades, mas logo o é por igual que as suas palavras não têm um ínfimo de consequências de melhoria.
Neste sentido, ainda consegui ficar espantado neste passado sábado, ao tomar conhecimento de um casal inglês, que já viveu muito bem, mas que acabou por perder a casa onde vivia, tendo hoje de sobreviver, como sem-abrigo, pernoitando no aeroporto londrino de Heathrow. Apesar dos meus sessenta e sete anos e de desde há muitas décadas vir acompanhando as alegrias e desenganos que a vida comporta, a verdade é que este caso constituiu para mim um claríssimo indicador do estado de degradação a que as (ditas) democracias estão a conduzir a vida das pessoas. Vidas cada vez menos importantes.
Este caso levou-me a perguntar a mim próprio por Balir, um trabalhista dos quatro costados, hoje verdadeiramente milionário, e, por um acaso, até convertido ao catolicismo. Ao lembrar-me do caso dos milionários desconhecidos que se deitam a apoiar quem precisa – as nossas televisões têm mostrado estes casos –, não consegui evitar que me surgisse no pensamento o novo Blair, para mais um católico agora convertido.
O caso deste casal irá por mim ser exposto ao meu neto, de molde a que ele perceba que na vida quase nada está adquirido com segurança. Para mais nestes dias – e nos que estarão para chegar...–, mas também que a comunidade tem de reagir contra tais situações, em geral de resposta pronta por parte dos cidadãos que tomam conhecimento de tais horrores ilógicos. A cada um compete tomar iniciativas de combate a tais situações ou de apoio a uma finalização das mesmas.
Formulo votos, pois, para que a iniciativa já a decorrer, destinada a extirpar esta vergonha das sociedades atuais desenvolvidas, venha a ser coroada de êxito, e que se ponha um fim na miséria para que tantos cidadãos do mundo vêm sendo atirados graças à ação dos ditos Estados de Direito Democráticos. Uma fabulosa mentira.
