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Fotografia: Guilherme de Almeida |
Embora pareça muito afastada, a linha do horizonte está a uma distância modesta do observador e depende exclusivamente da medida do raio do planeta (suposto esférico) onde nos encontramos e da altura dos olhos do observador relativamente à superfície do planeta. Referimo-nos, é claro, ao horizonte desimpedido e não ao recorte de uma montanha afastada.
O leitor encontrará neste artigo resultados curiosos e inesperados, mesmo que não queira fazer contas. Mas é relativamente fácil calcular a distância d a que se encontra o horizonte para um observador junto à superfície de um planeta de raio R, estando os olhos desse observador à altura h acima da superfície do planeta. A “fórmula” é simples: d= [raiz quadrada de] (2 R h)
É interessante fazer as contas para dois casos extremos. Para um observador sentado numa praia, mesmo junto à orla marítima, com os olhos a uma altura h=0,90 m, terá d=3,4 km. No caso de uma grande altitude, por exemplo h=2000 m, d valerá quase 160 km, um valor já considerável. O cálculo acima referido considera planetas de forma esférica, o que não é rigorosamente verdade na Terra e nos outros astros. No entanto, à parte o relevo local, a Terra pouco difere de uma esfera. Para as pequenas distâncias envolvidas na vizinhança do observador, esta simplificação é perfeitamente legítima e mais do que aceitável.
Casos extremos: horizonte próximo e horizonte muito afastado
A fórmula já referida diz-nos que d não depende apenas da altura h: também depende do tamanho do astro, suposto esférico, melhor dizendo, depende do seu raio R. Este facto tem implicações muito curiosas, como vamos ver.
Num pequeno planeta como, por exemplo, o asteróide Ceres (R480 km), que é aproximadamente esférico, um observador de pé, com h = 1,60 m verá o horizonte apenas a 1,24 km. Se um observador pudesse estar na superfície do Sol (R = 700 000 km), se a nossa estrela tivesse superfície sólida e uma temperatura amena, para h =1,60 m o horizonte estaria a cerca de 47 km do observador.
Texto e fotografia de Guilherme de Almeida
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva